domingo, 26 de agosto de 2012

JOVEM-VIDA RELIGIOSA

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A vida religiosa  é, antes de tudo, uma iniciativa de Deus na vida do batizado. Na gratuidade o Senhor chama o ser humano a uma íntima comunhão com Ele, convidando-o a conformar sua vida à do Cristo sob a atração do Espírito. E esta consagração específica está a serviço do Reino, projeto fundamental da missão de Jesus.
A livre aceitação desta imerecida predileção de amor do Pai, leva a pessoa a um aprofundamento de sua consagração batismal. Assume, em liberdade, uma vida cristiforme mediante a vivência dos conselhos evangélicos. É dentro da comunidade da Igreja que essa consagração adquire seu pleno significado.
O carisma da vida religiosa consagrada é essencialmente eclesial, sendo no interior da Igreja sinal e memória, testemunho e profecia dos valores centrais do Evangelho e do Reino.
A vida consagrada, de fato, "é uma diaconia para o Reino, de caráter público, provocativo, comunitário, criativo, audacioso, arraigado na experiência contemplativa de Deus que plasmou a vida e o seu destino"¹.


2. Em busca de uma vida cristiforme

O consagrado aspira a uma vida em crescente conformação com Cristo. Procura assimilar cada vez mais o estilo de vida de Jesus no seu modo de ser e agir. Semelhante programa de vida é normativo para todos os batizados e não algo privativo de eleitos! O religioso consagrado - por pura graça divina - é convidado a aprofundar e radicalizar o comum seguimento do Senhor na realidade histórica de hoje.
A vida consagrada tem, na Igreja, "a missão de fazer com que resplandeça a forma de vida de Cristo, por meio do testemunho dos conselhos evangélicos, para sustento da fidelidade de todo o Corpo de Cristo"².

3. A comunhão pessoal com o Senhor

Se a vida religiosa brota de um projeto de amor do Pai, no seguimento de Jesus, pela força do Espírito Santo, ela exige, por coerência interna, uma comunhão contínua com o Senhor. Deve expressar a primazia de Deus, fonte de seu sentido e realização, pois o homem - no dizer de Santo Agostinho (+ 430) - está feito para Deus e vive inquieto até encontrar Nele a paz. Coloca-se para o religioso a exigência incontornável de alimentar-se de uma espiritualidade sólida e profunda.
"Podemos dizer que a vida espiritual, considerada como vida em Cristo, vida segundo o Espírito, se apresenta como um itinerário de crescente fidelidade, onde a pessoa consagrada é guiada pelo Espírito e por Ele configurada com Cristo, em plena comunhão de amor e de serviço na Igreja." (João Paulo II. A Vida Consagrada: exortação apostólica pós-sinodal sobre a Vida Consagrada e a sua missão na Igreja e no mundo (23-3-1996).
Trata-se de uma experiência de partilha de vida com o Senhor, de uma graça especial de intimidade com Ele. O próprio significado da vida religiosa e seu dinamismo interno dependem desse impulso espiritual, sem o qual ela se esvazia e descaracteriza. Abrange, substancialmente, uma fidelidade progressiva para responder à superabundância do amor divino na pessoa do religioso. Quem, de fato, entrega livremente sua própria vida a Cristo vive no desejo de se encontrar com Ele, para estar finalmente e para sempre com o Senhor!

4.  Escuta da Palavra e oração incessante


A Palavra de Deus é a primeira fonte da vida cristã. Sustenta na Igreja o relacionamento pessoal e comunitário com o Senhor. A renovada escuta da Palavra de Deus interpela, orienta e plasma a existência dos consagrados. É através dela que o Senhor se revela, e educa coração e inteligência do discípulo. Faz amadurecer igualmente a visão de fé, pois aprende-se a olhar a realidade e os acontecimentos com o mesmo olhar de Deus até chegar a ter o "pensamento de Cristo" (1Cor 2, 16). Um meio privilegiado que diariamente, nos coloca em contato íntimo com a Palavra de Deus é a celebração da eucaristia e seu prolongamento na Liturgia das Horas.
A eucaristia, como memorial pascal do Senhor, é o coração da vida da Igreja. Nela se encontram todas as formas de oração: "proclama-se e é acolhida a Palavra de Deus, somos interpelados a respeito de nossa relação com Deus, com os irmãos e com todos os homens: é o sacramento da filiação, da fraternidade e da missão. Sacramento da unidade com Cristo, a Eucaristia é contemporaneamente sacramento da unidade eclesial e da unidade da comunidade dos consagrados.
A Liturgia das Horas, por sua vez, insere nosso dia-a-dia no tempo de Deus e assim o "santifica" no sentido genuíno do termo. Para o religioso, a celebração da liturgia das horas deveria ser motivo de gratidão e alegria. Expressa seu mais profundo anseio: estar em comunhão permanente com o Senhor.
"Frequentemente, no entanto, a realidade é outra. Não poucas comunidades religiosas de vida apostólica perderam (ou nunca tiveram!) o gosto pelo Ofício Divino e caíram na apatia, no formalismo ou na rotina. É verdade que não devam ser minimalizadas as dificuldades em relação a esta oração da Igreja. Nota-se, muitas vezes, uma falta de formação, particularmente na jovem geração de consagrados, no que diz respeito à Liturgia das Horas". 
Não é segredo para ninguém que uma celebração significativa da oração pública da Igreja exige uma introdução catequética adequada. Garantida esta, a Liturgia das Horas pode tornar-se para os consagrados um verdadeiro "kairós", um tempo de graça, pelas riquezas espirituais e potencialidades orantes que representa.
Apresenta-se, igualmente, como uma expressão eloquente da vida comunitária na caridade fraterna pela qual os religiosos são chamados a serem sinais e testemunhas da Igreja.

domingo, 19 de agosto de 2012

QUAL O SONHO DE DEUS PARA MIM

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Veremos, ao longo destes dias, que a liturgia tratará, em cada uma das quatro semanas, o despertar e a reflexão sobre os chamados ao sacerdócio, ao matrimônio, a vida religiosa e do leigo consagrado, respectivamente.
A palavra “vocação” significa “chamado”. O que denota uma ação de alguém que chama e alguém que é chamado. Toda vocação sempre é iniciativa de Deus. “Não fostes vós que me escolhestes mas eu vos escolhi” (Jo 15,16). O Senhor, não só recruta como também capacita seu escolhido. “Não deverás temê-los, porque estarei contigo para livrar-te; Eis que coloco minhas palavras nos teus lábios” (Jr 1, 8.9).
O vocacionado é, então, alguém escolhido por Deus, que porta um carisma, uma graça particular; é um agente do sobrenatural, aquele que traz em si algo específico para uma localidade e um tempo. Mas todos esses dons e a eficácia sobrenatural estarão submetidos à humanidade dessa pessoa, ou seja, aos seus traços e habilidades naturais e psicológicos. (cf. Rm 1,20). O dom sobrenatural supera a humanidade, mas o jeito, o temperamento, as habilidades naturais, o conhecimento e a inteligência da pessoa são as bases de suporte para sua missão.
Por isso é muito importante que, no processo de ir se reconhecendo enquanto pessoa, em sua humanidade e atributos que o Altíssimo lhe deu, vá também desvendando o motivo para o qual Deus a chamou, onde e no que, o Senhor quer que ele desenvolva seus talentos. Qual é o fundamento de sua vocação. Para entendermos melhor, tomamos o exemplo do apóstolo Paulo, do nível de entendimento e profundidade que tinha a respeito de si e de sua missão. Ele cita quatro pontos que também precisamos saber. Em Rm 15,16-20 vemos:
Identidade – Quem ele é, sob a ótica de Deus: “ministro de Jesus Cristo entre os pagãos, exercendo a função sagrada do Evangelho de Deus”. Este é o primeiro chamado.
Finalidade da sua missão: “levar os pagãos a aceitar o Evangelho pela Palavra e pela ação”.
Forma que se desenvolverá sua missão: “pelo poder dos milagres e prodígios, pela virtude do Espírito. De maneira que tenho divulgado o Evangelho de Cristo”.
Quais são os dons e habilidades que o Senhor infundiu nele para desempenhar a missão?
Campo de atuação: “desde Jerusalém e suas terras vizinhas, tendo o cuidado de anunciar o Evangelho somente onde o Cristo ainda não era conhecido.”
Todos esses pontos vão sendo revelados conforme nos colocamos a caminho, pois ser vocacionado requer que se dê um sim diariamente. Paulo foi percebendo, aos poucos, estas características, nos fatos de sua vida e ministério. Talvez não estejamos ainda preparados para saber de pronto, tudo o que virá, mas com certeza Deus tem o melhor para nós. (cf. Rm 8,28). Nisso ficamos dependentes do amor do Altíssimo. O maior interessado em fazer cumprir uma vocação é o próprio Senhor, e Ele revelará tudo a Seu tempo: “Porque o Senhor Javé nada faz sem revelar seu segredo aos profetas, seus servos” (cf. Am 3,7).
Muitos daqueles que foram chamados, até se assustaram num primeiro momento, indagando: “Como acontecerá isso?” (Lc 1,34); outros alegaram “não sei falar” (Jr 1,6) ou “tenho a boca e a língua pesadas” (Ex 4,10), ainda “eu não passo de um adolescente” (I Rs 3,7), prova que, nessa hora, o importante é corresponder e acreditar que Deus proverá.
É na iniciativa de Deus, nas Suas Palavras e ações e na história pessoal que identificamos o carisma, o chamado e tudo o que irá comportar a missão. Ainda que, estes pontos devam ser refletidos não somente pela pessoa – ser individual – , toda instituição, paróquia, grupo de oração, congregação e comunidade também possuem um específico.

A VOCAÇÃO É UM CHAMAMENTO REAL

A vocação para a Vida Consagrada é um chamamento pessoal, chamamento concreto. Diz o Senhor ao Profeta Isaías: “ Eu sou o Senhor que te chamei pelo teu nome. És meu!”(Is.45,3).
A vocação nasce do facto que nós pertencemos a Deus e que Deus, num certo momento da nossa vida quer esta pertença total, sem divisões, sem partilha; pertença e chamamento, porém, que é amor. (p. ex: um moço que escolhe uma rapariga por amor!); é revelação de amor, pois este Deus que, desde toda a eternidade, pensou com amor de escolha nesse rapaz, nessa rapariga, hoje revela-lhe este amor, chamando-o.
Podemos dizer que a vocação à uma vida de consagração ao Senhor é qualquer coisa mais de que dar um rumo à vida :
“É um chamamento de Deus que arrasta o homem (um jovem ou uma rapariga) a uma doação completa, a um ideal que ultrapassa o meramente humano.
É um acto sobrenatural com que Deus escolhe alguém para sempre, para o seu serviço”

COMO SABER SE A VOZ QUE SE OUVE É A DE DEUS? NÃO SERÁ UMA ILUSÃO?

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Ora, temos que dizer que a vocação á uma vida consagrada:
- não é fruto de generosidade, mas é, antes de mais, escolha pessoal de Deus!
- não é fruto de alguma desilusão na vida ( como muita gente pensa no mundo), mas de chamamento pessoal de Cristo. – Estamos num ambiente sobrenatural : “Não fostes vós que me escolhestes, fui eu que vos escolhi a vós! “
Portanto, a Vocação, antes de tudo, é querer divino!
Mas, nunca ouvistes estas expressões ?:
- Se não me casasse, nunca ficaria solteira no mundo, preferia ir para um convento...
- Fulana fez-se freira depois de desfeito o namoro; coitada, realmente ela ficou muito abalada”. – ou então:
- Sicrana acaba de se formar em Direito e vai para missionária...Oh! que lhe terá acontecido ? – Outros:
- Uma rapariga tão bonita! mal empregada...Que mania a levou a sacrificar tudo isto? Não lhe dou seis meses que não se arrependa. Como é que uma jovem tão perfeita, com o seu curso foi capaz de estragar assim a sua vida?”
Esta, infelizmente, é a mentalidade do nosso bom povo cristão acerca da vocação à vida consagrada.
Que deveríamos dizer do milhão de religiosas que há no mundo? Pobres desiludidas? Coitadinhas? Ainda bem que encontraram um piedoso convento que as recebeu?...
Não! A vocação Consagrada é fundamentalmente: Vontade Divina, querer divino!
Portanto: O único e verdadeiro motivo que pode servir de base a uma vocação consagrada é a vontade de amar a Deus e de O servir sem restrições.
Este verdadeiro amor a Deus conduzirá depois imediatamente ao amor do próximo.
E eis então:
- uma jovem deseja suavizar os desafortunados
- uma outra foge do mundo e consagra-se porque sente a caducidade das coisas da terra: “ De que serve ao homem ganhar o universo, se vier a perder a sua alma?”
- Outras amam apaixonadamente o mundo, mas sentem que não fora feitas para ele.
- Outras jovens, inclinadas para o ensino, sentem o desejo de se dedicarem à educação, ministrando uma formação cristã e religiosa.
- Outras ainda compadecem-se dos países subdesenvolvidos e querem tornar-se missionárias, etc. etc.

OS 1º SINAIS DUMA VOCAÇÃO: MEDO E DESEJO

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Geralmente o primeiro verdadeiro contacto com Deus é “perturbador”. Temos na Bíblia muitos exemplos:
A Anunciação do Anjo a Nossa Senhora: como pode acontecer isto?
Uma rapariga, quando se sente chamada, tem medo... Mas, à esta primeira reacção de medo, primeiro sinal de uma vocação, sucedem logo outros sentimentos : desejo, atracção!
Assim veremos, por ex., que se uma menina aos 10, 11 anos, ouvindo o primeiro apelo para consagrar-se ao Senhor (isto acontece muitas vezes: São João Bosco: 50 por cento das raparigas e rapazes são chamados) não sentiu em si nenhum conflito, aos 16-18 anos, a rapariga, por ex., fica espantada ao perceber atracções interiores tão divergentes.
De um lado: atracção para o casamento, pois, por natureza toda a rapariga aspira a ser amada, aspira a amar o homem com o qual realizará uma comunhão de corpo e de coração; aspira a dar à vida um filho, a ser mãe. Qualquer jovem que não sinta estas aspirações é inacabada, é psicologicamente deficiente.
De outro lado: Desejo de pertencer a Deus, sem partilha;
Sede de consagração, e Medo de se comprometer com um estado que exige sacrifícios e pobreza, obediência e castidade.
A Jovem então é tentada para dizer:
“Estas renúncias são talvez possíveis para mulheres excepcionais, mas não para mim, que sou tão egoísta, como dista, etc., etc.”
E, no entanto, o apelo de Cristo está lá bem no fundo da consciência.
A rapariga então, agitada entre aspirações diversas, procura o seu caminho

- uma outra foge do mundo e consagra-se porque sente a caducidade das coisas da terra: “ De que serve ao homem ganhar o universo, se vier a perder a sua alma?”
- Outras amam apaixonadamente o mundo, mas sentem que não fora feitas para ele.
- Outras jovens, inclinadas para o ensino, sentem o desejo de se dedicarem à educação, ministrando uma formação cristã e religiosa.
- Outras ainda compadecem-se dos países subdesenvolvidos e querem tornar-se missionárias, etc. etc.

SEREI EU CHAMADA POR JESUS, PARA O SEU SERVIÇO?

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Sabemos o que Jesus disse aos Apóstolos: “Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós!”
Então, para conhecermos se Jesus nos chama, devemos “perguntar-Lhe”, isto é, devemos rezar, falar com Ele, humildemente e com confiança, sobretudo na Comunhão e na Adoração ao Santíssimo Sacramento. Para compreendermos a importância da oração neste assunto de vocação, transmito-te aqui hoje uma passagem de uma exortação pastoral do falecido Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro. É a seguinte:

ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES


“A base imprescindível de qualquer acção da Igreja em favor das vocações reside necessariamente na oração....
Cada vocação representa sempre um dom de Deus que precisamos de implorar e agradecer...
Na raiz de qualquer vocação consagrada, bem como na sua qualidade, perseverança e fecundidade espiritual, encontra-se indiscutivelmente a oração individual e comunitária.
Só a oração pessoal dispõe o coração do homem para ouvir a palavra e acolher a vontade de Deus a seu respeito...
Só a oração comunitária consegue gerar, no seio da comunidade cristã, a adequada sensibilidade ao valor real das vocações consagradas...
Promovam, nas comunidades à que preside, tempos especiais de oração pelas vocações, falemos aos fiéis sobre temas vocacionais e não deixem de lhes propor, sobretudo aos jovens, o ideal de uma vida consagrada.
«Chegou o tempo de falar corajosamente da vida RELIGIOSA como valor inestimável e como forma esplêndida e privilegiada de vida cristã . Os educadores, especialmente os sacerdotes, não devem ter medo de propor, de modo explícito e premente, a vocação ao presbiterado como possibilidade real para aqueles jovens que demonstram possuir os dons e capacidades a ela correspondente». (Ex. Ap. “Pastores dabo vobis”, 39 – João Paulo II).
Exortação idêntica faço-a também aos religiosos e religiosas, e aos responsáveis dos movimentos laicais de Espiritualidade e de apostolado....
A última palavra desta exortação pastoral endereço-a especialmente aos jovens, rapazes e raparigas, da diocese de Lisboa...
Caríssimos jovens, rezai também vós, pelas vocações de consagração e, se vós mesmos fordes por Ele chamados, prestai ouvidos atentos a sua voz (Cf. Jer. 9, 20).”
Amiga, começa ou continua a rezar, isto é, a falar com afecto e carinho com Jesus. Neste colóquio descobrirás a ternura de Jesus. Podes ter a certeza que é neste diálogo prolongado e frequente que conhecerás o que Jesus quer de ti.

VEM E SEGUE-ME

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“A verdadeira resposta a cada vocação é obra de amor. A resposta a vocação sacerdotal, religiosa, missionária, pode surgir tão somente de um amor a Cristo. Esta força de amor vo-la oferece Ele mesmo, como dom que acrescenta como dom de seu chamamento e torna possível a vossa resposta” (João Paulo II).
Essas palavras, do nosso saudoso Papa João Paulo II, chega como vento impetuoso, no coração de toda pessoa que tem dentro de si uma infinita sede de responder com amor ao chamado. E nós com amor que Deus manifestou em nossos corações no dia do nosso batismo podemos sacia-la, pois a vocação só é acertada quando nasce do amor que brota do coração da Santíssima Trindade: “O Pai nos chama no Filho pela força do Espírito Santo” para sermos testemunhas do amor.
O Venerável beato, no discurso por ocasião da jornada mundial da juventude, disse aos jovens a serem santos. Uma nova geração cristãs que quer pôr-se à escuta da Palavra de Deus. Descobrir a beleza da Igreja e viver experiências fortes de fé e a doar-se totalmente a Cristo. Diz o Papa da paz: “Faço votos por que experimenteis um olhar assim! Faço votos por que experimenteis a verdade de que Ele, Cristo, vos fixa com amor” (Carta aos jovens, n.7). Ele chama cada um a segui-lo com ações concretas, a amá-lo sobre todas as coisas e a servi-lo.
Vem e segue-me!
Caros Jovens amados de Deus, a vocação cristã deriva de uma proposta de amor do Senhor e só pode realizar-se graças a uma resposta de amor. O apóstolo São Paulo expressa na sua Carta dizendo: “Amou-me e entregou-se por mim” (Gl 2, 20), e que por meio dos apóstolos nós temos consciência de que o Pai nos ama desde sempre e continua nos amando, esperando uma resposta a seu chamado, como a de Santa Tereza do menino Jesus que na procura de uma resposta descobre sua missão na Igreja: “no coração da Igreja, minha mãe, serei o amor”.
Jovem! Coragem! Venha servir a Igreja do jeito que és, da forma que vive. Ele não tem preferência, ama todos os Seus capacitando do Seu jeito. Não tenha medo da sua resposta! Ele sabe dar alegria plena a quem responde com coragem e alegria. Venha construir a vida sobre a rocha firme que é Cristo, acolhendo com alegria a palavra e pondo em prática a doutrina: eis aqui, jovens, do terceiro milênio, o que deve ser o vosso programa!

UMA VOCAÇÃO SÓ SE REALIZA NO AMOR

Uma vocação só se realiza no amor

“Pedro, Tu me amas?” Não imagino uma reposta maior do que esta para um chamado, uma vocação: “Senhor tu sabes tudo, Tu sabes que te amo” (Jo 21, 17). Jesus, ao questionar Pedro, um de seus discípulos, colocou em xeque a questão essencial de todos aqueles que escutam, de algum modo, a voz de Deus ressoar fundo no coração.
Pedro estava no momento decisivo de sua vida e, nesses momentos, o que nos faz dar uma resposta definitiva é sempre a experiência do amor.
O amor é essencial quando falamos sobre vocação. Sem ele, não podemos dar uma resposta sincera e madura a nada, nem a nós mesmos.
Vocação é mais resposta do que chamado. Deus chama a todos, mas nem sempre damos as repostas como deveríamos dar. E, nem por isso, Deus nos castiga ou nos amaldiçoa. Deus quer que todos nós encontremos a felicidade e, por isso, Ele nos quer perto D’Ele (cf. Jr. 29,11). É questão de escolha!
Nem sempre nossa felicidade está em responder ao chamado ao sacerdócio ou a uma vida consagrada. Para muitos, responder a uma vocação consiste em constituir uma família, doar a vida numa paróquia, servir aos pobres e doentes. Mas, o que importa mesmo em tudo isso, é a resposta que damos com amor à voz de Deus. Amar a Deus é o primeiro mandamento e, de acordo com a Lei do Antigo Testamento, segui-Lo é sinal de felicidade e vida longa (cf. Dt. 4,40).
Portanto, quando nos empenhamos em amar a Deus e dar nossa resposta com generosidade, estamos acolhendo Seu chamado e, assim, acolhendo o caminho de felicidade que Ele tem para nós.
Vocação é resposta generosa ao amor de Deus, é certeza que não consigo ser feliz longe desse amor. Talvez, a sua maior angustia seja saber onde Deus te quer, a qual vocação Deus está te chamando: à vida religiosa? A uma Comunidade de vida? Ao casamento? Aprendi com um professor que a minha vocação está onde eu consigo amar mais e melhor.
Onde você hoje consegue amar mais e melhor? Se o seu coração consegue amar alguém, em especial, e ali seu coração está inteiro e consegue se doar a pessoa amada como se ela fosse única no mundo, então pode ser. chamado a constituir uma família e ser feliz aí, mas se você sente que o seu coração é feito para amar e se doar a um povo, e ser inteiramente de Deus, pode ser que sua vocação seja mesmo doar a vida como um padre, apascentar um rebanho que o Senhor poderá lhe confiar. De qualquer maneira, nossa resposta ao Senhor que chama precisa estar sempre centralizada no amor.
Foi assim que fui, aos poucos, discernindo meu estado de vida. Preciso testemunhar que hoje sigo o caminho para o sacerdócio e que, ao longo de seis anos desde que fiz esta escolha, sempre me firmei na certeza de que amarei muito mais sendo padre do que constituindo uma família. Não que isto signifique que eu seria incapaz de constituir uma bela família, mas, sim que o Senhor não criou meu coração para amar exclusivamente a alguém. Meu coração e meus anseios me levam a amar um povo, a estar com todos sem ser de ninguém.
Partilho isso apenas para que tenhamos consciência de que nossa completa felicidade está em seguir o amor que nos leva para Deus. Não tenha medo de corresponder ao amor de Deus amando até as últimas consequências. Talvez não seja fácil renunciar a tudo que você tem e possua, e que já construiu com muita luta. Talvez não seja fácil deixar as certezas que você traz dentro de você imaginando que será mais feliz.
Busque a resposta dentro de você e não tenha medo de questionar se, de fato, você será capaz de amar, e amar pelo resto da sua vida, ou se o seu coração anseia por um amor muito maior e mais intenso.
O discernimento para toda e qualquer vocação está em amar. Você só precisa tomar uma decisão e, assim, como Pedro responder ao Senhor: “Tu sabes tudo, Tu sabes que te amo mais do que a estes…”
Veja que coisa interessante, como Jesus era pedagógico: Ele questionou três vezes a Pedro, pois desejava que Pedro desse uma resposta bem pensada e bem fundamentada. Resposta para vocação não é da noite para o dia, é fundamentada numa certeza. Com isso, Jesus deu um tempo para que Pedro soubesse que sua resposta seria definitiva.
Deus espera de nós uma resposta certa e definitiva: se com amor Ele nos chama, com amor também precisa ser nossa reposta. Portanto, não tenha medo de seguir amando. Independente do estado de vida para o qual o Senhor te chama, sempre valerá a pena optar pelo amor!

sábado, 18 de agosto de 2012

VOCAÇÃO RELIGIOSA O O EXEMPLO DE MARIA

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No terceiro domingo do mês de agosto, nós lembramos a vocação religiosa, isto é, a vocação daqueles e daquelas que se consagraram, através dos votos religiosos, a viver em comunidade, uma total consagração ao Senhor, segundo o carisma da respectiva Ordem ou Congregação Religiosa.
Por uma coincidência, no Brasil, a liturgia celebra neste terceiro domingo de agosto a Solenidade da Assunção de Maria, que em outros países continua sendo celebrada no feriado do dia 15 de agosto. Então, a nossa reflexão sobre a vocação religiosa se situa dentro de uma celebração mariana, que comemora precisamente o dogma mais recente da Igreja, proclamado em 1950, pelo Papa Pio XII, no qual ensina que Maria, a Mãe de Jesus, só pode estar com o seu Filho amado, já na glória do céu, em corpo glorioso.
Na verdade, podemos dizer que foi Maria a primeira a viver os votos religiosos, já que ela de fato tinha pensado num casamento josefino, isto é, “sem coabitarem”, como diz o Evangelho, sem a convivência conjugal, um verdadeiro voto de castidade. Ela de fato se tornou mãe, a partir da intervenção direta de Deus, que a escolheu para ser a mãe do Salvador, que viria ao mundo precisamente, para superar o abismo aberto pelo pecado e que se tornou a ponte que une a humanidade com Deus.
Maria, esta mulher extraordinária, instrumento indispensável para a vinda do Salvador do mundo, aparece na primeira leitura deste domingo como “o grande sinal que apareceu no céu: uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo de seus pés” (Apoc 12, 1).
De forma análoga, podemos dizer que os religiosos que, de fato vivem a sua consagração a Deus, com alegria e disponibilidade para a causa do Reino, são realmente um sinal na terra, que aponta para o infinito e para o transcendente.
Nós vivemos num mundo de consumo e de competição, onde vale o que se tem e o que se consegue aparentar, onde o próprio ser humano se torna objeto de conquista e de ostentação, falar em “voto de pobreza, castidade e obediência” é realmente fazer referência a uma realidade que aponta para a outra vida.
O nosso mundo não tem condições de compreender a alegria e a realização de uma mulher que está no convento e vive atrás de grades, por livre e espontânea vontade, unicamente para agradar ao Senhor, o noivo permanente de suas vidas e poder rezar pela Igreja e por sua obra de santificação no mundo inteiro.
O nosso mundo não consegue compreender um jovem que, aos vinte e poucos anos, faz a oferta de si mesmo à causa do Senhor, vivendo dentro de um Instituto Religioso, onde ele vai poder ser útil à Igreja e à causa da evangelização. Mais tarde, poderá ser ordenado sacerdote, e ser enviado a um país distante, onde trabalhará pelo Reino de Deus, enquanto os seus superiores assim o determinarem.
O nosso mundo tem dificuldades em compreender que uma pessoa estude quase vinte anos, para ser um profissional competente, nas mais diferentes áreas do ensino ou da pesquisa, para depois não ter carteira assinada, não ter seus próprios lucros ou ganhos, não ter sua própria poupança e economia. O voto de pobreza o faz dependente e submisso, não tendo nada pessoalmente, mas tudo está em nome da Ordem ou Congregação.
Graças a Deus, temos muitas vocações religiosas. Especialmente os novos Institutos, fundados no século XX, estão tendo muitas vocações, suas casas e seminários repletos de candidatos à vida religiosa. Rezemos para que todos eles sejam muito felizes.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

VOCAÇÃO: HISTÓRIA DO ENCONTRO COM CRISTO

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Estamos vivendo o Mês Vocacional, quando somos convidados a refletir sobre nossa vocação e nosso compromisso com a Igreja e a sociedade. Para muitos, vocação significa inclinação, tendência, talento, qualidade inata que conduz uma pessoa para uma determinada profissão ou um determinado trabalho. Essa compreensão não ajuda muito na autêntica compreensão da vocação como ela é na dimensão religiosa. É necessário, pois, compreender a palavra vocação com maior precisão, quando se refere à dimensão religiosa.

Vocação no sentido mais preciso, como fenômeno da dimensão religiosa, não é inclinação, nem tendência, nem talento, nem propriamente dom para uma profissão. É, em primeiro lugar,decidida e simplesmente, um chamamento vindo diretamente para nós, endereçada a nós a partir de Jesus Cristo, que nos convoca para o discipulado do seguimento. Significa, portanto, que anterior a nós há um chamado, uma escolha pessoal que vem do Deus de Jesus Cristo, a quem seguimos no total empenho de discípulo. Portanto vocação é um chamado que vem do alto. Quem puder entender entenda, quem tem ouvidos ouça!

Às vezes perguntamos: Para que serve a vocação religiosa? Em sintonia com o nosso tempo, pergunta-se pela utilidade da vocação. É a primeira pergunta e também a mais superficial. Não é difícil achar “utilidades” para a vocação religiosa! Diz-se que ela não tem sentido em si, só tem sentido se favorece o engajamento em trabalhos pastorais e sociais ou se ela for suporte da vida pastoral-social como um “abastecer-se para” ou se conduzir para a união íntima com Deus. A vocação, porém, não “serve” para nada. Ela tem sentido em si, a partir de si. Ela é a história do nosso encontro com Jesus Cristo, história que nós próprios somos. É a história da presença de Jesus Cristo em nós.

Outras vezes perguntamos: Será que tenho vocação? Quem me garante que tenho vocação? Quem me garante que Deus me escolheu? Buscamos alguma certeza para nos tranqüilizar. Essas perguntas surgem porque se infiltrou na dimensão da fé uma maneira de pensar em que a experiência do anterior não é importante e deixou de ser uma evidência. Para outras experiências humanas de fundo não precisamos fazer toda essa “pesquisa”, elas já são uma evidência. Quem tem um bom relacionamento com os pais não precisa averiguar se os pais o amam...

Vocação é a experiência de uma realidade anterior a nós, que não precisa ser averiguada. Se estamos perguntando é porque Alguém nos amou primeiro e nos chamou. Portanto não somos nós que temos vocação, é a vocação que nos tem!

Perguntamos ainda: Por que somos vocacionados? O que provocou nossa atual situação de sermos vocacionados? Vocação nesse sentido é o destino atual da nossa vida. Perguntamos, portanto, pela causa que determinou o atual estado da nossa vida. Na busca pelo motivo, surgem diversas respostas que nos deixam atrapalhados: o motivo foram nossos pais, nosso vigário, um missionário, um professor, a influência de um amigo, a ambição de nos promover, uma crise religiosa, uma visita ao seminário, o fato de termos nascido numa família tradicionalmente cristã, a leitura da biografia de um santo, o desejo de usar vestes litúrgicas tão estranhas aos nossos olhos de criança... Muitas vezes esses motivos são tão banais e acidentais que nem sequer deles nos recordamos. Buscar a causa da nossa vocação não tem sentido, pois essa busca é a tentativa de assegurar a própria situação a partir dela e não a partir da gratuidade do envio de Deus.

A vocação é uma evidência vital que aos poucos e sempre mais vai tomando conta da nossa vida como dom de Deus, que ama primeiro, e como conquista de nosso empenho de discípulos. É dom de Deus porque na existência cristã tudo, desde o início, é a história da aventura do encontro com Deus, na urgência de, em cada passo da caminhada, ter que conquistar o significado da nossa vida. Vocação é uma estrutura processual, na qual cada passo nasce do outro numa implicação de progressão que não é simplesmente evolução, mas a constituição, a criação do rumo da vida como uma “experiência originária”.

A vocação é uma disposição que, conduzida por Deus, torna a vida “com-vocada”. É conquista do discípulo porque tudo o que acontece, os fatos mais banais podem ser a clareira que “e-voca”, ecoa a vocação vinda de Deus. Evocação que jamais é “certeza” do saber de dominação, mas que dá a disposição de ausculta, de acolhida, o ouvido atento que percebe o sentido concrescente da provocação de Deus. Por isso aquele que responde a esse chamado toma muito a sério sua situação concreta de ser um “vocacionado”.

OS JOVENS E A VOCAÇÃO


1. Introdução- www.mscs.org.br e-mail: vocacoesmscs@uol.com.br
Parece aos olhos de muitos um tema desafiador. Como falar de vocação aos adolescentes e jovens de hoje, marcados por características tão complexas e muitas vezes contraditórias a esse tema?
Vemos por um lado, um certo vazio e afastamento daquilo que é religioso e institucional, mas, por outro lado, um número cada vez maior de jovens busca o sentido pleno da vida em experiências religiosas, grupos de jovens, movimentos de espiritualidade, religiões orientais e em outras formas de experiências fortes, grupos espontâneos, galeras, metaleiros, punks, pichadores, ecologistas, ambientalistas... e tantos outros.
É possível falar em vocação para os adolescentes e jovens, mas, antes de tudo, é preciso acreditar neles e libertar-se dos preconceitos. O jovem está inserido num contexto social e não é culpado de todas as acusações que lhes são imputadas.
2. Pressupostos
- Vivemos na era pós-moderna caracterizada pela provisoriedade das relações, pelas emoções fortes, pela crise das instituições tradicionais (governo, família, religião), pela primazia das luzes, dos sons e cores, pela influência forte dos Meios de Comunicação Social que impõe modos e escravizam ao consumo desenfreado.

a. Outra grande característica de nossa época é a relativização dos valores. Para um grande número de jovens valor é aquilo que eles acham que é valor. É a teoria do "achismo", eu acho que isso é bom para mim, então eu faço. Pela influência da grande cidade e suas características desprezam-se valores que são universais: família, amor, religião, castidade, partilha, sensibilidade, mútua-ajuda.
b. Grande deus dos nossos dias é o prazer. Parece uma norma: em tudo o que faço tenho que ter prazer e levar vantagem. O erotismo e o sexo estão presentes em todas as relações na sociedade: compra e venda, conseguir um emprego, propagandas, maneiras de se vestir e relacionar. A sociedade prega que o sexo é normal em qualquer situação e estado de vida. "Se pintar uma ocasião e os interessados concordarem a transa acontece". Vemos crescer o abuso da sexualidade na adolescência e juventude, o homossexualismo, o lesbianismo e a bissexualidade pregados com a maior normalidade (novelas, filmes, revistas, propagandas, músicas).
c. Conta um ditado o seguinte: "A propaganda é a arte de fazer a gente comprar o que não precisa com o dinheiro que a gente não tem". Esse dito explica outra característica de hoje: o consumismo desenfreado. A televisão coloca em nossas casas uma infinidade de produtos, que muitas vezes são desnecessários. Eles entram primeiro via TV e depois, via supermercado, shopping, tornam-se realidade. A sociedade cria necessidades inexistentes antigamente. Com tantas "distrações": TV, SOM, VÍDEO, GAME, COMPUTADOR, INTERNET, ELETRODOMÉSTICOS, LIVROS, REVISTAS... sobra tempo para pensar na vida e no seu sentido?
d. Antigamente não havia muitas alternativas de divertimento. As pessoas se encontravam nas Igrejas, no campo de futebol, e nas festas tradicionais. Eram nesses lugares que as pessoas se relacionavam, rezavam, compravam, vendiam, se divertiam, se conheciam, namoravam. Hoje as alternativas de lazer são fantásticas: cinema, TV, shows, parques, danceterias, boates... e com os modernos meios de locomoção, distâncias não mais existem (casa de campo, praia, estâncias...), nesse universo, a Igreja tornou-se uma opção a mais.
e. A distância que separa o universo cultural, do adolescente e jovem de um adulto é cada vez maior. Os pais não conseguem acompanhar a rapidez das transformações, da mudança de comportamento, de linguagem, de costumes, gostos, interesses e valores dos adolescentes e jovens. Uma pesquisa diz que um adolescente ou um jovem é totalmente diferente de um adolescente e jovem que chegue à mesma idade cinco anos depois (a cada cinco anos o comportamento do adolescente e jovem muda). Outro aspecto que devemos levar em conta é que o amadurecimento psicológico do jovem acontece cada vez mais tarde. Em outras palavras, a adolescência se prolonga muitas vezes até os 18 e 20 anos. Causas: excesso de protecionismo dos pais - recebem tudo pronto - não há sacrifício e nem luta pela sobrevivência. Essa constatação é mais notada na classe média e alta.
f. Outra característica marcante é o pluralismo religioso e o avanço da Nova Era. A busca de uma religião mágica que satisfaz as emoções e soluciona problemas imediatos. Uma religião sem compromisso. As Igrejas Pentecostais incentivam uma leitura fundamentalista da Bíblia, o anti-intelectualismo teológico, normas estritas e claras, leituras dualistas dos acontecimentos, confiança cega nos líderes, ênfase no emotivo e no festivo, compreensão do cristianismo centrado no indivíduo para satisfação das suas necessidades. O culto muitas vezes se limita à busca de favores; as igrejas são agências de serviço segundo as leis de mercado, não há formação de comunidade e sim formação de clientela, ocasionando uma alienação sócio-política dos seguidores e oportunismo político dos responsáveis.
g. Outro aspecto que devemos levar em conta é a crise de fé que todo adolescente passa no seu processo normal de amadurecimento. Esse fenômeno leva-os a se afastarem da Igreja e a ridicularizar o procedimento dos pais. Nessa fase é necessária muita compreensão e paciência.
3. Constatação
A busca do sentido da vida e o que fazer no futuro é uma constante na vida de cada jovem. Alguns preocupam-se com isso muito cedo, outros, por causa das influências citadas retardam esse processo, mas alguns, a minoria graças a Deus, não chegam a fazê-lo. O vazio é preenchido pela droga, álcool ou se atiram nos grupos radicais. A esses, é necessário trabalho psicológico profissional.
O trabalho da Pastoral Vocacional deve estar ligado com todas as outras pastorais para oferecer aos jovens um espaço de escuta daquilo que Deus tem para lhes falar.
4. Pistas
Pensar a Pastoral Vocacional urbana é tomar consciência do papel da Igreja na cidade: Qual a função da Igreja neste momento histórico que estamos vivendo? A resposta a este desafio vai dando identidade à Igreja e vai motivando jovens para uma resposta vocacional.
4.1 - Ser testemunhas da Ressurreição, mais que fiadores da instituição.
O povo está acostumado a olhar o bispo, padre, religioso(a) como detentores do poder, proprietários de instituições e manipuladores do saber. É preciso dar um passo decisivo na linha do esvaziamento para assumir uma postura moderna da nossa fé, fundamentada no seu núcleo central, que é a Ressurreição de Jesus.
A cidade questiona a institucionalização da fé, do rito, da celebração; porque não dá sentido à vida. O que dá sentido à vida são as opções subjetivas numa experiência fundante. O jovem se dispõe para o religioso, mas desconfia da instituição.
4.2- Busca de sentido vocacional.
O jovem busca um sentido vocacional a partir das opções grupais e pessoais. É a busca do sentido, que não se encontra nas instituições burocratizadas, mas nas experiências subjetivas. É necessário proporcionar experiências que vão dando sentido para a vida dos jovens no contexto da grande cidade. Na sociedade rural o sacerdote assume o papel de magia (benção para matar lagarta, rama para proteger da tempestade) na sociedade urbana o sacerdote deve ser o homem que dá sentido para a vida.
4.3- O jovem é um valor e quer se confirmar cada vez mais na sua identidade como um ser livre.
No contexto da modernidade é importante ajudar o jovem a perceber a diversidade dos valores da Igreja e da Sociedade e ajudá-lo no exercício da sua liberdade para uma opção consciente e madura. Por outro lado há a necessidade de garantir alguns valores cristãos, como instrumental de ajuda, para no exercício de sua liberdade, proporcionar um crescimento integral.
4.4 - O Trabalho Vocacional.
O trabalho vocacional luta contra uma perda cada vez maior da identidade da fé. Só é possível haver na Igreja vocação sacerdotal, religiosa ou leiga se houver educação da fé. Sem ela, podemos ter uma pastoral vocacional melhor organizada, mas fica o problema de fundo: a identidade e qualidade da fé, referencial indispensável da vocação.
4.5 - Retomada da Espiritualidade.
Face às mensagens religiosas que se apresentam agora e fazem das cidades imensos shopping centers religiosos em que todas as religiões do mundo se oferecem ao consumidor, a mercadoria católica é fraca. Das espiritualidades do passado parece que quase nada sobreviveu. O movimento que mais pegou, foi e é o movimento carismático: só isso já é um sinal claro de fraqueza da espiritualidade católica.
A pastoral vocacional é provocada a vivenciar uma espiritualidade, baseada principalmente na mística de Deus pastor: aquele que guia, alimenta, salva e é providência. É a espiritualidade do pastor e das ovelhas.
4.6 - Formação de grupos de vivência.
A característica desses grupos é que sejam constituídos por pessoas vivendo experiências semelhantes. Permitir que estes grupos de fé encontrem práticas concretas a partir de seus contextos de vida, e se disponham para experiências missionárias.
Através dos grupos de vivência é possível passar de uma motivação vocacional emocional para uma motivação de fé. O grupo vai vivenciando seu processo vocacional até uma opção definitiva.
4.7 - Relação personalizada.
O próprio Papa nos exorta para esta missão: "Descei para o meio de vossos jovens e chamai-os". É este estar junto que vai despertando vocações, que vai criando uma sintonia com aqueles que já vivenciam uma opção vocacional. Nesta convivência o padre vai se fazendo padre e o vocacionado vai entrando nesta sintonia a ponto de dizer: "este é meu padre", dispondo-se a seguir o mesmo caminho.
4.8 - Levar em conta o seguinte:
Ir ao encontro do jovem onde ele está.
- Conhecê-lo nas suas dimensões: psicológica, sociológica e biológica.
- Escutá-lo respeitando seus valores e suas dificuldades, ajudando-o a superá-las.
- Estar aberto ao jovem, aprender com ele.
- Proporcionar momentos fortes de lazer, estudo, reflexão, oração, dias de convivência, retiro...
- Organizar encontros de orientação vocacional para que os jovens possam discernir qual é sua vocação.
- Desarmar-se dos preconceitos e acreditar no jovem.
- Ajudá-lo a orar e a ler a Palavra de Deus.

A vida consagrada é comunhão, vista à luz da Santíssima Trindade. Comunhão em Deus é abertura e pericorese: o Pai está todo para o Filho; o Pai e o Filho estão todo para o Espírito Santo; e o Espírito, Senhor que dá a vida, procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou pelos profetas. Esta abertura de uma pessoa divina a outra é o espelho da comunhão de vocês na vida consagrada. A confraternidade na vida consagrada é o espaço humano, habitado pela Santíssima Trindade. A vida consagrada é, portanto, um dos rastos concretos que a Trindade deixa na história para que os seres humanos possam sentir o encanto e a saudade da beleza divina.
Vocês, amados, amadas de Deus, fazem parte da melhor e da mais perfeita forma de rede de comunidades; e também pelos carismas, apostólicos e contemplativos, vocês vivem a plenitude e a absoluta pertença a Deus, na ação e na oração. Portanto, caros e caras, permitam-nos escolher entre tantos, com o perigo que comporta qualquer escolha, os dez sinais que, a nosso parecer, melhor se adaptam ao estilo de vida que vocês levam e que mais chamam a nossa atenção, nesta homenagem que fazemos a vocês:
01. Ficamos felizes por vocês nos ensinarem a viver a leveza das nossas pesadas e letárgicas instituições eclesiais. Ensinem-nos a aliviar os pesados fardos das nossas Igrejas.
02. Agradecemos a vocês apostarem no valor da profecia e na força do profetismo, hoje bastante escasseados, até a entrega da vida no martírio. Que o testemunho de vocês ajude a nossa Igreja a redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha e o dom da vida.
03. Somos gratos a vocês por viverem o dom da virgindade consagrada, através de corações indivisos, em meio a uma sociedade erotizada. Que vocês consigam quebrar as barreiras do erotismo, do egoísmo e do individualismo, tão presentes na sociedade atual, assumindo um novo e diferenciado modo de vida, pela prática da castidade para servir, mais de perto, ao Cristo Senhor, e testemunhar que somos cidadãos e cidadãs do infinito.
04. Bendizemos a Deus por nos revelar em vocês o rosto materno de Deus e da Igreja, no cuidado dos mais pequeninos, dos restos, dos sobrantes e dos últimos. Que todos vocês, consagrados e consagradas de vida apostólica, monástica ou contemplativa, e membros dos Institutos Seculares, assumem o compromisso de dedicar a vida ao serviço do Reino de Deus, servindo aos irmãos na prática da misericórdia e da solidariedade, na luta pela justiça e na vivência do amor fraterno.
05. Louvamos pelos votos públicos de pobreza, obediência e castidade, e pela visibilidade da vivência radical destes conselhos evangélicos. Que a vida e as suas ações pastorais façam transparecer, com um sorriso no canto da boca, o rosto materno de Deus, especialmente para com os pobres, excluídos e marginalizados da sociedade.www.mscs.org.br

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

  celebramos a Festa da Assunção de Nossa Senhora. Assim como Maria, os religiosos e religiosas responderam 'SIM!' à vontade de Deus.
O carisma da vida religiosa está orientado também para o mundo. É por causa do mundo. Demonstra o contraste, não é fuga, mas compromisso.

A vocação religiosa é assumida por homens e mulheres que foram chamados a testemunhar Jesus Cristo de uma maneira radical. É a entrega da própria vida a Deus. Essa vocação existe desde o início do Cristianismo: vida eremítica, monástica e religiosa. Nesses dois mil anos de história surgiram inúmeras ordens, congregações, institutos seculares e sociedades de vida apostólica.

Os religiosos vivem: como testemunha radical de Jesus Cristo, como sinal visível de Cristo libertador, a total disponibilidade a Deus, à Igreja e aos irmãos e irmãs, a total partilha dos bens, o amor sem exclusividades, a consagração a um carisma específico, numa comunidade fraterna, a dimensão profética no meio da sociedade, assumem uma missão específica.

Um religioso vive em primeiro lugar a sua consagração nos votos, depois, dependendo do seu carisma próprio e do carisma congregacional, por vocação e necessidade da Igreja, se ordena padre, ou também dependendo do seu carisma vive como irmão.

Agradeçamos a Deus pelos religiosos e religiosas de nossa  Paróquia e peçamos que eles continuem amando ao próximo como missionários do Reino.www.mscs.org.br

ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES RELIGIOSAS

Deus Pai de amor que dotastes a vossa Igreja de inúmeros dons e carismas, queremos vos agradecer pelo chamado que fazes a alguns dentre vosso povo para serem consagrados de modo especial ao serviço do vosso Reino. Agradecemos a vós Senhor, pelos consagrados e consagradas que dão testemunho do vosso amor na vivência dos conselhos evangélicos da castidade, pobreza e obediência. Enriquecestes vossa Igreja com todos os dons e carismas. A vida consagrada é para todos os fiéis o sinal concreto da vida eterna para a qual o Senhor nos criou. Os consagrados nos recordam pela vivência de sua vocação que estamos no mundo, mas não somos do mundo. Por isso, pedimo-vos ó Deus, as graças necessárias para que todos eles sejam firmes na resposta ao vosso amor e dóceis ao vosso Espírito. Que os consagrados e as consagradas busquem cada vez mais esvaziarem-se de si para encherem-se cada vez mais do Vosso amor. E assim, sejam testemunhas fiéis da vida eterna, onde todos viveremos como irmãos e irmãs no louvor e glória do Senhor. Amém! www.mscs.org.br e-mail: vocacoesmscs@uo.com.br

ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES RELIGIOSAS

Deus Pai de amor que dotastes a vossa Igreja de inúmeros dons e carismas, queremos vos agradecer pelo chamado que fazes a alguns dentre vosso povo para serem consagrados de modo especial ao serviço do vosso Reino. Agradecemos a vós Senhor, pelos consagrados e consagradas que dão testemunho do vosso amor na vivência dos conselhos evangélicos da castidade, pobreza e obediência. Enriquecestes vossa Igreja com todos os dons e carismas. A vida consagrada é para todos os fiéis o sinal concreto da vida eterna para a qual o Senhor nos criou. Os consagrados nos recordam pela vivência de sua vocação que estamos no mundo, mas não somos do mundo. Por isso, pedimo-vos ó Deus, as graças necessárias para que todos eles sejam firmes na resposta ao vosso amor e dóceis ao vosso Espírito. Que os consagrados e as consagradas busquem cada vez mais esvaziarem-se de si para encherem-se cada vez mais do Vosso amor. E assim, sejam testemunhas fiéis da vida eterna, onde todos viveremos como irmãos e irmãs no louvor e glória do Senhor. Amém!www.mscs.org.br  e-mail: vocacoesmscs@uol.com.br

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A Irmã Missionária Scalabriniana - MSCS - vive o carisma dado pelo Espírito Santo ao Fundador Beato João Batista Scalabrini, na espiritualidade scalabriniana e no serviço junto ao povo migrante nas mais variadas situações em que se encontra, mantendo viva a fé, a esperança e os valores como pessoa humana.

O Brasil é o maior país da América Latina e oitava potência econômica mundial. O grande contraste social e econômico constrói um abismo entre os ricos e pobres. Os poucos ricos se tornam sempre mais ricos e os pobres são cada vez mais pobres. A realidade da mobilidade humana intensifica sempre mais a migração campo-cidade. As grandes metrópoles "convidam" a ilusória mudança de vida. Alguns dados concretos confirmam a realidade migratória do Brasil. Entre 1991 e 1996, 2,6 milhões de brasileiros mudaram de região em busca de melhores condições de vida. A Região Nordeste é considerada a maior responsável pelo movimento migratório (43,8% do total). O Sudeste é o principal destino dos migrantes, especialmente o estado de São Paulo por sua característica industrial. A migração de retorno para o Nordeste também cresce. Entre os fatores que favorecem esse movimento está o alto índice de desemprego da região metropolitana de São Paulo, o crescimento do setor turístico e a instalação de empresas no Nordeste absorvendo mão de obra.

A Igreja confia às Irmãs MSCS, através do carisma dado ao Fundador, a missão de acompanhar os migrantes. A missionária exerce sua missão na área da educação, saúde, pastoral social, centros de acolhida, centros de estudo e documentação, pastoral rodoviária e marítima, pastoral paroquial, catequese, movimentos dos "sem-terra", assentados e "boias-frias", caminhoneiros e cortadores de cana, carvoeiros e sazonais. Para uma melhor organização as 580 Irmãs estão distribuídas em quatro províncias totalizando 105 comunidades, atuando em 14 estados do Brasil. A grande maioria são de nacionalidade brasileira. Nos últimos anos, fruto dos movimentos migratórios, ingressam Irmãs de outras nacionalidades: Argentina, Paraguai, Colômbia, Haiti, Bolívia. Cada província possui suas próprias casas de formação lugar onde se preparam as futuras missionárias. Hoje contamos com 20 postulantes e 30 noviças.

A Irmã MSCS compartilha do sofrimento e da alegria de seu povo e se faz solidária com eles. Busca alternativas de vida e luta por uma causa justa. A congregação cresce no Brasil porque aí foi o seu berço no século XIX e abençoada por grande número de vocações. Hoje, partiu para novas realidades e necessidades do mundo da mobilidade humana, razão pela qual prepara suas missionárias para ser "migrante com os migrantes", um jeito corajoso de deixar a própria pátria e ser com eles e para eles a esperança de um novo céu e de uma nova terra que lhe dá o pão.
  

Argentina

Nós, Irmãs Missionárias Scalabrinianas - MSCS - somos mulheres chamadas, consagradas e enviadas. Atraídas pela missão de Jesus Cristo, respondemos livremente à vocação missionária sendo migrante com os migrantes. Optamos por um estilo de vida simples para responder mais às exigências do Evangelho. Na Argentina há duas comunidades localizadas junto ao povo migrante na Grande Buenos Aires. Na cidade de Ramos Mejía, designada casa de formação inicial, residem duas Irmãs. As duas são brasileiras. Em Villa Scasso, bairro popular de González Catán, atualmente a comunidade é constituída por três Irmãs de nacionalidade argentina..

A missão de cunho migratório é realizada através:
  • Da catequese familiar
  • Da formação de agentes de pastoral
  • Animação de grupo de jovens e da pastoral jovem migratória
  • Animação litúrgica
  • Trabalho com as mulheres na valorização da feminilidade
  • Formação profissional
  • Pastoral familiar
  • Pastoral para os migrantes com as associações e equipes de pastoral migratória
A realidade migratória na Argentina registra uma consistente migração interna devido a grande pobreza, aumentada de modo assustador nos último anos, razão do lento desenvolvimento gerando o aumento do desemprego. O fluxo migratório de alguns paises da América Latina em maior escala, aumenta a fila dos migrantes pobres e indocumentados, "inchando" cada vez mais as grandes cidades da Argentina, de forma mais surpreendente a grande Buenos Aires que é a capital do país.

A comunidade boliviana presente na Argentina soma hoje um milhão e meio dos sete milhões de habitantes da Bolívia.. É uma população caracterizada pela migração marcada pela xenofobia, pelas políticas migratórias da Argentina rígidas e pela discriminação racial e social favorecendo a clandestinidade.. Entre eles agem agentes da "indústria da migração", exploradores dos emigrados, favorecendo seu ingresso irregular em território argentino. Registram-se situações de exploração entre os próprios bolivianos.

Cerca de 700 mil imigrantes chegam do Paraguai. Destes 350 mil vivem em situação irregular e são admitidos no "trabalho negro",. sujeitos a sub-salários. Os peruanos chegam a 500.000. Os refugiados recolhidos nos últimos dez anos, alcançam cifras de 11.380, provenientes das 74 nações. Hoje o ACNUR (Alto Comissionado das Nações Unidas para Refugiados) acompanha 3 mil refugiados na Argentina.

Seguindo os acordos internacionais, a Argentina acolheu 4.200 ucranianos e 2.100 russos com visto de imigração temporária. Destes, 1'80% atende ainda uma sistematização dos documentos que lhes permite uma vida socialmente e economicamente digna.

  

Colômbia

Na Colômbia estamos presentes com um grupo de nove Irmãs Missionárias Scalabrinianas - MSCS - consagradas a Deus no serviço evangélico e missionário aos migrantes e desplazados. A comunidade é multicultural. São sete brasileiras, uma equatoriana e uma colombiana. Vivemos junto ao povo em mobilidade, sensíveis às suas necessidades, animadas pela apaixonante dedicação, com alegria e coragem, sustentadas pelo amor de Deus.

Na missão testemunhamos o amor pelo próximo na assistência aos desplazados da Casa del Migrante e no terminal rodoviário de Bogotá. Assistimos os estudantes estrangeiros presentes na comunidade. Acolhemos as jovens em busca vocacional que se desafiam a viver um período de convivência conosco, ou que já estão se preparando para a vida religiosa, nas diferentes etapas do caminho formativo. Dedicamo-nos à pastoral vocacional a nível nacional,. Coordenamos e animamos a Pastoral da Mobilidade Humana na arquidiocese de Bogotá e no Conselho Episcopal Latinoamericano - CELAM, através da Pastoral para os Migrantes, a Pastoral do Turismo e o Apostolado do Mar. Ocupamo-nos também com as traduções dos documentos oficiais, desenvolvendo um precioso serviço à Igreja que está no Brasil.

Toda a obra está inserida na realidade atual da Colômbia. Como é de conhecimento, a partir dos anos 50, a Colômbia vive uma continua situação de violência interna. As forças políticas do país não conseguem chegar a um acordo de paz duradouro. Por essa razão, o povo sofre agressões do exército que intervém para manter a ordem, da guerrilha que luta por reorganizar a nação e dos paramilitares que defendem os interesses econômicos dos poderosos do país. Soma-se a esta, a violência provocada na produção e tráfico de cocaína.

Esta situação força a população do campo a um movimento constante. Estima-se que existe atualmente um milhão de colombianos desplazados, desprotegidos pelas leis. Somente a Igreja e as ONGs se comprometem para suavizar o drama das famílias obrigadas a deixar a terra e seus bens para defender a própria vida e a vida de seus familiares. Na Colômbia não há imigração. O país atrai somente turistas.
  

República Dominicana

As Irmãs Missionárias Scalabrinianas - MSCS - iniciaram a missão na República Dominicana na cidade de San Pedro de Macoris, em setembro de 1991, com a chegada de três Irmãs brasileiras. Desde o inicio as Irmãs se tornaram migrantes entre os migrantes Partilham a vida com os imigrantes haitianos que trabalhavam em condições sub-humanas nos engenhos de cana de açúcar, denominados "bateyes". Participam com eles das dificuldades pela casa, na aprendizagem da língua, na assimilação da cultura e luta por melhores condições sociais. Fazem memória com eles da história do povo de Israel escravo em terra estrangeira.

Com o desenvolvimento do trabalho missionário e a chegada de novas vocações, a presença das Irmãs MSCS se expandiu. Atualmente na República Dominicana há duas comunidade uma em San Pedro de Macoris e uma em Santo Domingo. A todo são cinco Irmãs brasileiras e uma haitiana. Com elas vivem jovens na etapa formativa para a vida religiosa missionária scalabriniana. Atualmente uma jovem dominicana está fazendo o noviciado no Brasil.

As Irmãs se dedicam ao serviço dos migrantes, sobretudo com os mais pobres e necessitados, inseridos na Igreja local. Coordenam e animam a nível nacional a pastoral da mobilidade humana na Conferência Episcopal. Estes serviços compreendem a atenção a diferentes categorias de pessoas em mobilidade, incluindo turistas, trabalhadores do turismo e marítimos . O serviço evangélico e missionário das Irmãs MSCS compreende a formação das jovens para a vida religiosa, a animação e coordenaçao da pastoral para os migrantes nas mais diversa realidades locais nas dioceses onde vivem.

A presença numerosa de estrageiros na República Dominicana. provém na sua maioria do Haiti. Migram para a República Dominicana à a procura de melhores condiçoes de vida devido a situação de pobreza em que vivem no país de origem. viviam. Os cubanos migram por causa da situação política local. Os europeus constituem a população migrante para o trabalho e o comércio. Frente ao movimento de chegada se contrapõe forte emigração dos dominicanos rumo aos EUA e, nos últimos dez anos, em direção à Europa, sobretudo de mulheres. Nos últimos anos foi registrado um movimento de migração forçada de retorno - os chamados deportados.A Irmã vive entre eles como mulher consagrada e migrante, que tem como pátria o mundo e o sonho da terra que lhe dá o pão.
 

Paraguay

Nós, Irmãs Missionárias Scalabrinianas - MSCS- estamos presentes no Paraguai há 25 anos no serviço evangélico e missionário aos migrantes. Somos em dezoito Irmãs brasileiras. As seis comunidades, nas quais vivemos, são localizadas nos departamentos Alto Paraná e Central. Duas comunidades estão inseridas no contexto onde vive a maior parte de migrantes brasileiros em terra paraguaia. Ocupamo-nos especialmente com a formação de futuras Irmãs Missionárias Scalabrinianas. Três comunidades vivem no Alto Paraná. Nos dedicamos ao serviço socio-pastoral entre os migrantes a nível local e diocesano. Auxiliamos na pastoral das paróquias e realizamos atividades de apoio aos irregulares. A pastoral da saúde é exercida sobretudo com a medicina alternativa. Para responder às necessidades das comunidades ou dos migrantes são criados serviços alternativos e serviços que surgem para responder às exigências das comunidades ou mesmo dos migrantes. A comunidade do departamento Central coordena a pastoral migratória a nível nacional e anima o centro de evangelização e promoção humana “Santa Librada”, em Assunção, onde as mulheres imigrantes recebem acolhida, formação profissional e orientação.

A nossa obra pastoral entre os migrantes no Paraguai tem como objetivos principais:
  • Ser ponte entre os migrantes irregulares e as autoridades locais.
  • Formar animadores e animadoras da pastoral migratória.
  • Promover a organização entre os próprios migrantes.
  • Animar a semana das migrações.
  • Participar da missão no exterior.
Nossa presença missionária se concretiza em uma realidade local onde as migrações constituem um aspecto relevante da situação. Entre os quase 5.200.000 habitantes do Paraguai, mais de 213.000 são estrangeiros. Desses, quase 116.000 são provenientes do Brasil. Os outros provém da Argentina, Coréia, Bolívia, Chile e Peru. Entre a população imigrante, a média de dois sobre três são indocumentados.

A partir dos anos oitenta, cresce sempre mais a migração interna, principalmente de agricultores para a cidade, entre eles destacamos a forte participação feminina. Registramos ainda um crescente movimento de emigrantes do Paraguai rumo à Buenos Aires, República Argentina.
 

Ecuador

A pobreza no Equador constitui uma grave problemática que atinge mais da metade da população nacional. Depois de 1982 as condições sociais se agravaram por causa da crise econômica e da política governamental interna. Tal situação provocou um forte aumento da pobreza, do desemprego e do débito público, atingindo diretamente toda população dando origem ao movimento migratório. O país assistiu a partida de milhares de equatorianos para a América do Norte e alguns paises da Europa como Itália, Espanha e Inglaterra. Assiste também a uma migração interna já favorecida por fenômenos climáticos e ambientais. Na realidade migratória do Equador se inclui a presença de prófugos e refugiados colombianos, impelidos por situações internas de nuestro hermano país Colombia.

Em tal realidade as Irmãs Missionárias Scalabrinianas - MSCS - estão presentes com o seviço evangélico e missionário aos migrantes com trabalhos de coordenação e de animação, na assistência e na pastoral a nível nacional e diocesano. A atenção e compromisso se concentram nas mais variadas categorias de migrantes presentes no território: refugiados, migrantes internos, emigrantes e migrantes de fronteira. Na missão as Irmãs MSCS dedicam energia, tempo e todas as riquezas da própria feminilidade, vocação e competência a serviço da vida do migrante. Anunciam e testemunham Jesus Cristo para construir uma sociedade mais justa e fraterna, onde cada pessoa e família é respeitada e seus direitos assegurados. Esse empenho é vivido pelas Irmãs em colaboração e em rede com a realidade local e internacional com as quais essas estabelecem sinergias para alcançar os objetivos comuns.

Cinco Irmãs MSCS, de nacionalidade brasileira, se fazem migrantes com os migrantes em terra equatoriana. Vivem em Quito em duas pequenas casas, onde fazem de suas vidas um dom recíproco e um constante empenho de abertura ao outro sobretudo ao diferente, para acolhe-lo e reconhece-lo na sua identidade e na sua situação concreta na qual vive, se alegra e sofre.
 

Honduras

Nós, Irmãs Missionárias Scalabrinianas vivem o carisma scalabriniano no serviço entre os migrantes também em Honduras desde 1991. Somos uma comunidade constituida por três Irmãs MSCS, das quais duas são brasileiras e uma colombiana.

Estamos presentes na coordenação e animação da Pastoral da Mobilidade Humana a nível nacional e na Arquidiocese de Tegucigalpa junto à Igreja, à sociedade civil e às instituições públicas e internacionais, como também no Centro de Atención al Migrante retornado - CAM no aeroporto de Tegucigalpa. A Pastoral da Mobilidade Humana marca presença também no aeroporto de San Pedro Sula e na Casa do Migrante em Ocotepeque, fronteira com o Guatemala. Nestes Centros promovemos uma acolhida digna ao migrante, lutando para defender seus direitos e ajudando-o no processo de reinserção social e de trabalho. Além disso o trabalho pastoral compreende a animação e a coordenação da pastoral migratória em outras dioceses do país.

As prioridades da nossa ação em Honduras são o conhecimento da realidade migratória nacional e internacional, a sensibilização e animação a respeito das migrações e temas afins, a formação de agentes pastorais da mobilidade humana e a assessoria ao Movimento Leigo Scalabriniano para ampliar as respostas de solidariedade, em colaboração com os outros setores da pastoral.

A respeito da realidade migratória de Honduras podemos afirmar que as causas principais do movimento da população estão ligadas às questões econômicas, desastres naturais (ecológicos) e razões políticas. As duas primeiras provocam a forte migração interna tanto temporal quanto a permanente. Por outro lado, as migrações internacionais dos hondurenhos, sobretudo os que se expatriaram nos anos oitenta, derivam de causas políticas. Nos últimos anos, Honduras conheceu um grande movimento de retorno, no ano de 1999, forçado pelos Estados Unidos, totalizando 4.105 repatriados.
 

Bolívia
Nós Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo Scalabrinianas, desde o ano de 2002, iniciamos uma missão na cidade de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, para prestar um serviço evangélico e missionário aos migrantes. Nesta missão damos prioridade e enfoque à migração interna, por seu significado no âmbito nacional. Como Província se caracteriza pelo trabalho de atenção e defesa dos direitos dos migrantes e deslocados, especialmente, na área de saúde, educação e promoção humana e cristã.

Há aproximadamente cinco anos que as Irmãs Missionárias Scalabrinianas vinham mantendo contatos com os bispos, e com a ação pastoral da Igreja na Bolívia, no que se refere à atenção aos migrantes que residem fora do país de origem (migrantes brasileiros). Foi assim, que em 2002, se deu a abertura desta missão.

No contexto da globalização e do modelo econômico neoliberal, na Bolívia se apresenta o desafio da desigualdade social. As brechas entre os ricos e os pobres continuam crescendo, os pobres são cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. Segundo o Censo, os grupos sociais mais pobres dos municípios são as comunidades rurais, as mulheres, os analfabetos e os bairros marginados.

A migração limítrofe é um fenômeno que ocorre já há vários anos. Estamos procurando formas de criar consciência na cidadania como um todo, para formarmos uma grande corrente em defesa dos direitos do migrante e suas famílias, trabalhando com as entidades, que direta ou indiretamente, trabalham com os migrantes.

Santa Cruz da Serra é a cidade mas povoada da Bolívia. As irmãs Scalabrinianas estamos com um trabalho junto aos migrantes nos bairros marginalizados, dedicando-nos de forma prioritária a capacitar, formar e acompanhar aos agentes da Pastoral da Mobilidade Humana e junto a distintos grupos de migrantes de países limítrofes, com o fim de estabelecer uma ponte entre país de origem e de destino.

Numa primeira etapa, podemos dizer que nossa presença em Santa Cruz está apenas iniciando, e o sentimos que existem boas perspectivas para nosso apostolado. Sentimos acolhida por parte dos migrantes, entidades, ONGs, órgãos públicos, Igreja e sociedade.

Concluindo, podemos expressar que a Pastoral da Mobilidade Humana ultrapassa o esquema tradicional da pastoral, exige uma total mudança em nossos esquemas mentais e pedagógicos, buscar a inculturação e abertura para responder ao novo modo de Ser Igreja.

Confiadas na experiência de mulheres consagradas, recordamos a ação da Maria na vida do Jesus, no impulso de realizar seu primeiro milagre na festa de casamento em Caná da Galiléia: ”a transformação da água em vinho”.

Nós, como missionárias para os migrantes, somos “convidadas a apressar a hora do Reino”, em nossa ação na Igreja boliviana, pela força motivadora de nosso Fundador o Bem-aventurado D. João Batista Scalabrini: “Saiamos de nossas tendas, porém, recordemos que não temos outras armas que a fé e a caridade”.