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Geralmente o primeiro verdadeiro contacto com Deus é “perturbador”. Temos na
Bíblia muitos exemplos:
A Anunciação do Anjo a Nossa Senhora: como pode acontecer isto?
Uma rapariga, quando se sente chamada, tem medo... Mas, à esta primeira
reacção de medo, primeiro sinal de uma vocação, sucedem logo outros sentimentos
: desejo, atracção!
Assim veremos, por ex., que se uma menina aos 10, 11 anos, ouvindo o primeiro
apelo para consagrar-se ao Senhor (isto acontece muitas vezes: São João Bosco:
50 por cento das raparigas e rapazes são chamados) não sentiu em si nenhum
conflito, aos 16-18 anos, a rapariga, por ex., fica espantada ao perceber
atracções interiores tão divergentes.
De um lado: atracção para o casamento, pois, por natureza toda a rapariga
aspira a ser amada, aspira a amar o homem com o qual realizará uma comunhão de
corpo e de coração; aspira a dar à vida um filho, a ser mãe. Qualquer jovem que
não sinta estas aspirações é inacabada, é psicologicamente deficiente.
De outro lado: Desejo de pertencer a Deus, sem partilha;
Sede de consagração, e Medo de se comprometer com um estado que exige
sacrifícios e pobreza, obediência e castidade.
A Jovem então é tentada para dizer:
“Estas renúncias são talvez possíveis para mulheres excepcionais, mas não
para mim, que sou tão egoísta, como dista, etc., etc.”
E, no entanto, o apelo de Cristo está lá bem no fundo da consciência.
A rapariga então, agitada entre aspirações diversas, procura o seu
caminho
- uma outra foge do mundo e consagra-se porque sente a caducidade das coisas
da terra: “ De que serve ao homem ganhar o universo, se vier a perder a sua
alma?”
- Outras amam apaixonadamente o mundo, mas sentem que não fora feitas para
ele.
- Outras jovens, inclinadas para o ensino, sentem o desejo de se dedicarem à
educação, ministrando uma formação cristã e religiosa.
- Outras ainda compadecem-se dos países subdesenvolvidos e querem tornar-se
missionárias, etc. etc.
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