segunda-feira, 25 de junho de 2012

Discernimento Vocacional- www.mscs.org.br e-mail: vocacoesmscs@uol.com.br
O chamado de Deus, nunca chega diretamente à pessoa humana, sempre aparece revestido de situações e circunstâncias nas quais nem sempre é fácil perceber com clareza que se trata de um chamamento divino (Ex 3, 1-10).
Deus chama através de pessoas (Jo 1, 35-36) e de situações (Jz 6, 1-24), ou das duas coisas ao mesmo tempo (1Sm 3, 1-21).
Deus nos criou seres humanos livres. Ele respeita nossa liberdade. Seu jeito de chamar as pessoas se dá em forma de diálogo. Deus propõe, interpela, nunca impõe (Mt 19,21). O ser humano permanece livre, inclusive com a possibilidade de rejeitar a proposta divina (Mt 19,22).
A vocação é um processo. Ela vai acontecendo aos poucos. O Jovem e a Jovem não entendem tudo de imediato, precisam fazer um caminho. À medida que caminham, vão descobrindo a vontade de Deus e abraçando um projeto de vida. Por tanto precisam de ajuda, uma vez que não é possível caminhar sozinhos.
O discernimento vocacional é a vivência desse processo. É o colocar-se a caminho e, por etapas, procurar compreender o que Deus quer. Em seu caminhar, o jovem e a jovem vão sendo ajudados por pessoas que já percorreram boa parte deste caminho.
O discernimento é descobrir quais são as atitudes que ajudam que facilitam e garantem a capacidade de distinguir o verdadeiro chamado de Deus de possíveis alarmes, ilusões ou coisas semelhantes. A figura do orientador vocacional é muito importante, como companheiro de quem caminha, procura ajudar o jovem a perceber com mais clareza a voz de Deus que chama.
Atitudes básicas para o discernimento vocacional
A vocação é uma iniciativa por parte do Pai (Jô 6, 44); é mediante a escolha feita por Jesus (Jo 15, 16); é pela ação do Espírito que nos envia em missão (At 13, 14).
A primeira atitude básica para compreender e assumir o chamado divino é a Fé, entendida como disponibilidade total para escutar o Senhor que fala nas diversas situações de nossa vida e por meio de diferentes pessoas (1Sm 3,10).
O discernimento vocacional é, antes de tudo, educar-se, para o silêncio, afinando o ouvido para escutar o que Deus tem a nos dizer. Discernir é reconhecer a presença de Deus em nossa vida, reconhecê-lo nas outras pessoas e nos acontecimentos do dia a dia. Sem esta fé, é praticamente impossível chegar a uma percepção clara daquilo que Deus esta querendo.
Cultivando a fé, o jovem pode sempre dar um rumo novo à sua caminhada, tendo coragem de abandonar rotas e caminhos que o estavam levando a outras partes. A fé provoca a conversão, ou seja, a mudança radical de mentalidade, atitudes, comportamentos que poderiam desviar a pessoa do verdadeiro chamado de Deus. O serviço do assessor é ajudar o jovem a ser uma pessoa de fé. Essa escuta da fé geralmente se dá na comunidade. O discernimento vocacional supõe uma participação, um engajamento concreto. Não é possível descobrir o que Deus quer sem a inserção na comunidade eclesial. A experiência e a vida das outras pessoas que estão na caminhada tornam-se um estímulo e um incentivo para quem quer perceber e assumir a própria vocação. Ajudar no discernimento vocacional é, em primeiro lugar, contribuir para que o jovem e a jovem tomem parte ativa na vida da comunidade local. Os apelos de Deus vão se tornando mais claros à medida que a pessoa vai assumindo sua vocação batismal. Na comunidade, os jovens encontram um terreno para o amadurecimento humano, cristão e apostólico. A participação ativa dará ao jovem a possibilidade de entender que Deus nos chama para servir, para “lavar os pés” dos irmãos (Jo 13, 1-17). Fazer discernimento vocacional é ir aos poucos percebendo que o Senhor nos chama para uma missão em favor das outras pessoas. O discernimento é um exercício para sair de si mesmo e ir ao encontro de quem está precisando (Ex 3, 7-10).
Motivações vocações interiores
Deus não age diretamente, mas através de mediações (pessoas e fatos), é normal que Deus se sirva de situações humanas e históricas para dar início ao diálogo vocacional com o homem e a mulher. Entre essas mediações estão as motivações. Estas são as conjuntas de fatores psicológicos, conscientes ou inconscientes, que agem entre si e chegam mesmo a determinar a conduta ou comportamento da pessoa humana.
A pessoa precisa de alguém que possa orientá-la, pois é muito difícil o ser humano, sozinho, se dar conta dessa realidade.
Diversos tipos de motivações: insuficientes ou inadequadas, inválidas (infantis, emocionais, egocêntricas), válidas, maduras, adequadas, afloram de forma bem diferentes. Sintomas negativos destacam-se: fuga da realidade, busca de proteção e segurança, desejo de tirar proveito, imediatismo e precipitação, visão unilateral da vida, desejo de obter benefícios em favor de si mesmo, rigorismo, austeridade exagerada, moralismo, fuga de traumas…
Estas situações não devem ser descartadas, uma vez que Deus pode se servir também delas para chamar alguém. A questão está em ajudar ao vocacionado a transformar todas essas motivações na que é a motivação adequada, madura, evangélica.
A verdadeira motivação vocacional é aquela que nasce da liberdade, do desenvolvimento equilibrado da personalidade, do desejo exclusivo de seguir a Jesus Cristo.
Maturidade psicológica
A resposta ao chamamento divino se dá num contexto de maturidade psicológica. Para chegar ao discernimento vocacional, a pessoa deverá estar em condições de perceber com clareza os acontecimentos de sua vida e da realidade social, política, econômica e cultural na qual está inserida.
Além da capacidade de percepção, é preciso que o jovem saiba fazer uma correta interpretação desses fatos, à luz da fé na Palavra de Deus, de modo que consiga, descobrir o que Deus quer deles naquele momento histórico bem concreto. Essa maturidade se dá em diversos níveis bem integrados entre si. Um primeiro nível é aquele do emocional, sabendo lidar com as próprias emoções, sem descontroles e exageros.
Outro nível é da sexualidade, a pessoa precisa amadurecer sua compreensão de si e das relações com as outras pessoas. Um terceiro nível é o da sociabilidade. Aqui a pessoa deverá chegar à capacidade de ser livre, sincera, autêntica, cultivando relações sociais estáveis. É importante verificar se o jovem consegue abrir-se para a socialização, ou seja, para a comunhão e a participação, para a vida em grupo, em comunidade. A maturidade passa também pelo âmbito da intelectualidade.
Também importante para um bom discernimento vocacional que a pessoa tenha capacidade de compreender as coisas, senso crítico e percepção do sentido de suas ações e que seja alguém interessado, não ingênuo, não dependente, cujo comportamento segue um ideal assumido, a consciência pessoal, a responsabilidade e a convicção.
A maturidade psicológica está sempre em fase de crescimento e de desenvolvimento. Não somos seres perfeitos, nunca chegamos ao termo, sempre precisados de escuta, sempre curiosos de conhecer os talentos que temos de desenvolver, sempre em formação permanente.Sendo a vocação algo muito sério, capaz de marcar para sempre a existência da pessoa, é indispensável que a opção final se dê num clima de liberdade, aptidão e responsabilidade. A pessoa precisa chegar a um nível de maturidade que lhe garanta o bom desempenho de sua missão, além da perseverança e da fidelidade.
Alguns critérios para o Discernimento Vocacional
Critérios Bíblicos e teológicos
Olhando a Palavra de Deus, vamos perceber que a vida humana é um perene caminho. Isso significa que não existe um ser humano perfeito, terminado, definido. Estamos sempre em construção, a caminho da santidade. Existe uma vocação fundamental que é a santidade, para a qual todas as pessoas são chamadas. Tal vocação nasce com o batismo, daqui brotam as vocações específicas, de acordo com a criatividade do Espírito Santo que sempre sopra onde quer e quando quer, não estando condicionado aos controles, caprichos e manipulações humanas.
O Espírito Santo suscita uma multiplicidade e uma diversidade de dons, carismas, ministérios, serviços para o bem de toda a comunidade. A pessoa que orienta os jovens procurará não direcioná-los de acordo com a vontade e o gosto pessoal, mas terá cuidado de ser apenas alguém que colabora para que sigam as indicações do projeto de Deus.
O orientador evitará apoderar-se das pessoas como se fossem suas propriedades particulares. Será apenas um companheiro buscando caminhar com a juventude na direção da vocação fundamental que é a santidade. O orientador apenas apontará os diversos caminhos pelos quais se poderá chegar ao mesmo fim. Quer dizer que é preciso evitar a pirataria vocacional, segundo a qual se tende logo a fechar os horizontes das pessoas numa única forma de vocação específica, ignorando-se a riqueza da diversidade. Convém recordar que as vocações são de Deus, para seu Reino e para sua Igreja.
O serviço do discernimento vocacional é criar as condições necessárias, oferecer os meios adequados para que cada pessoa descubra o potencial que existe dentro de si e, aos poucos, encontre o modo concreto, o caminho melhor para responder ao chamado divino.
Critérios antropológicos
Considerando a unidade do ser humano, é indispensável pensar também num modo bem concreto de favorecer o encontro de uma pessoa livre e consciente com o Deus que chama e envia. Deus chama na realidade no dia-à-dia da vida, é importante que quem acompanha seja capaz de ajudar o jovem a superar possíveis impasses, lacunas, barreiras existenciais as quais criam obstáculos para o crescimento de uma personalidade equilibrada. O objetivo desse acompanhamento é contribuir para que essa resposta vocacional se dê num clima de verdadeira autonomia.
A pessoa vocacionada precisa ser dona dela mesma, a fim de que seja capaz de assumir com convicção a responsabilidade o chamado que lhe é feito.
A importância de trabalhar a capacidade da pessoa de se auto-conhecer. Não é possível uma resposta autêntica por parte de quem não se conhece e não é dono de si mesmo. É necessário saber lidar, com naturalidade e equilíbrio, com as próprias emoções, com os movimentos de sua afetividade, com seus instintos com suas tendências e com sua sexualidade.
Faz parte desses critérios antropológicos ajudar os jovens a compreender melhor suas vivências pulsionais, suas tendências e o significado desses elementos no dinamismo da vida da pessoa humana.

Evangelizar: Vocação e Missão da Igreja

Na revelação bíblica, a missão está intimamente relacionada à história da salvação, ao desejo de Deus de "que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade." (ITm 2,4). Por isso a missão está ligada ao envio: "Ide, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei." (Mt 28,19-20)
Esse envio justifica e motiva a missão da comunidade cristã.
O motivo primordial da missão é e sempre será o mandato missionário que Jesus Cristo deu aos apóstolos e aos discípulos no termo de sua existência terrena. É um ato de obediência fundamental que a Igreja deve prestar, até o fim da história, à vontade de seu autor. Por isso a Igreja procurou sempre tomar consciência de sua natureza evangelizadora.
A evangelização exprime a identidade, a vocação própria da Igreja, sua missão essencial: "Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, sua mais profunda identidade." (Paulo 6° "Evangelii nuntiandi", 14)
Eis por que a evangelização é o núcleo central da missão da Igreja. Sem esse trabalho, a Igreja não passaria de um "clube" qualquer. Poderia ser um excelente "clube de amigos", mas não a Igreja de Jesus.
Quando falamos da atividade missionária da comunidade eclesial, precisamos passar da missão à missionariedade, do objeto (o que fazer) ao sujeito (quem vai fazer) do mandato missionário.
Não é suficiente perceber a necessidade da missão, mas é fundamental tomar consciência de que toda a Igreja, e nela cada batizado ou batizada, é o sujeito da missão. Fica, pois, muito claro que toda a Igreja é por sua natureza missionária.
A Igreja não pode permanecer passiva, reduzindo, muitas vezes, sua pertença eclesial a momentos rituais. É preciso colocar toda a Igreja em "estado permanente de missão".
A Igreja é toda missionária em seus membros que agem de diversos modos, de acordo com a multiplicidade e a variedade dos carismas e dons. É em cada um de seus membros que a comunidade cristã coloca-se a serviço da evangelização e é enviada para pregar o Evangelho a toda criatura.
A grande missão da Igreja concretiza-se na preocupação com a pessoa humana em sua totalidade. Não é preocupação com uma salvação abstraía, mas compromisso de fé com o ser humano, com seu crescimento no seguimento de Jesus e com sua plena realização em todos os sentidos, porque entre evangelização e promoção humana — como sabiamente afirmou o Papa Paulo 6° — existem de fato laços profundos.
Daí "a necessidade de uma conversão de toda a Igreja para uma opção preferencial pelos pobres, no intuito de sua integral libertação." (Documento de Puebla, 1134).
Em sua missão, a Igreja, além do anúncio da dignidade da pessoa humana, deve denunciar todas as formas de opressão. Uma Igreja verdadeiramente missionária é aquela que anuncia a cada ser humano que ele é filho de Deus em Cristo, aquela que se compromete com a libertação de toda a humanidade.
Nesse campo da libertação integral das pessoas, segundo o Documento de Puebla, n° 562, a missão da Igreja "é imensa e mais do que nunca necessária. Para cumpri-la, requer-se a ação da Igreja toda — pastores, ministros consagrados, religiosos, leigos, cada qual em sua missão própria. Uns e outros, unidos a Cristo na oração e na abnegação, comprometer-se-ão, sem ódios nem violência, até as últimas conseqüências, na conquista de uma sociedade mais justa, livr

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A Vida Religiosa hoje é entendida como um carisma profético que o Espírito suscita na Igreja para um seguimento mais radical de Jesus na síntese dos votos (pobreza, castidade e obediência) os quais são um dom, uma graça que Deus concede gratuitamente.
Na releitura que a Vida Religiosa fez de si mesma os votos não são mais entendidos como sendo exercícios de mortificação para purificarem a alma e a libertar de um corpo de morte, mas, ao contrário, são entendidos como sendo dom profético de Deus, portanto, são vistos numa perspectiva vocacional de construção do Reino de Deus.
Sendo vocacional os votos são entendidos como um chamado a. O chamado é “obra genuinamente divina. É uma maravilha da graça. Ele implica na irrupção de Deus na história para comprometer o homem na obra da salvação como co-laborador. Em todos os níveis da historia da salvação Deus chama. Toda vocação sempre implica numa con-vocação porque o plano de Deus é essencialmente comunitário. O chamado de Abraão já o demonstra: “Por ti serão benditos todos os povos da terra” (Gn 12,3)”. (ROCCHETTA, p. 94).
Nesse horizonte de reflexão os votos religiosos são vistos como imbricados da necessidade de estarem em consonância com. Sendo assim, a pobreza só tem sentido se se realizar como solidariedade, a castidade como serviço à comunidade e a obediência como missão na Igreja, povo de Deus, e no mundo.www.mscs.org.br
vocação à vida consagrada  (ser irmão religioso ou irmã religiosa / vida ativa ou contemplativa)

O religioso é chamado a testemunhar Cristo de uma maneira radical, vivendo uma consagração total nos votos de pobreza, castidade e obediência. Com a pobreza, vivem mais livres dos bens temporais, tornando-se disponíveis para Deus, para a Igreja e para os irmãos. Com a castidade, vivem o amor sem exclusividade, sendo sinal do mundo l futuro que há de vir. Com a obediência, imitam a Cristo obediente e fiel à vontade do Pai.

Textos bíblicos
Mateus 25,14-30; João 14, 5 - 7
Leia este

Jesus convida a segui-lo, cada um da própria situação em que se encontra. Vinde comigo (Mc 1,17). Pede confiança nele (Mc 2,14). Confiança plena em sua pessoa e não a uma causa. A resposta obediente deve ser vivida no abandono do lugar do trabalho, do status, da casa, da família. Não se trata só de adesão interna, mas de unir-se a ele em seu projeto de vida. Chama Doze para estarem com ele e para enviá-los a pregar. O centro da eleição é para que estivessem com ele. Não é pura adesão intelectual, mas adesão ao seu modo de viver. Os discípulos prolongam a presença e a obra de Jesus.

A escolha de um estado de vida na Igreja é a encarnação concreta da vocação fundamental.Deus chama através de mediações, não se trata de uma vocação nova, mas o desenvolvimento da vocação fundamental. O chamado é algo original.

2. O motivo da vocação particular:

Cada vocação é original, é fruto da liberdade, é um acontecimento pessoal, único e incomunicável. Tem como finalidade primeira a humanização da pessoa e o serviço do Reino. Quando uma pessoa se diz chamada é preciso acreditar nela. A experiência vocacional é pessoal, pode acontecer mesmo em quem não se espera.

A certeza não vem de imediato, a vocação está submetida a tentações e inquietudes. Uma pessoa pode se sentir atraída por um sistema de valores, mas isto não quer dizer que não se sinta atraído por outros valores. Existe a dúvida.

A eleição é dolorosa, a escolha custa: ser padre; religioso(a); casar. Dói rejeitar aquilo que não escolhi. Não porque não é bom, mas, porque eu não escolhi.

A entrega a um valor envolve um sacrifício. SACRIFÍCIO E SEDUÇÃO. Sacrifício: deixar para trás tudo aquilo que eu não escolhi. Sedução: atração divina.

A pessoa é convidada a escutar e receber, colaborar com docilidade. Iniciar-se em Cristo é descobrí-lo, é deixar que ele nos encontre, nos agarre incondicionalmente, é recebê-lo. É um estado de permanente conversão. A pessoa é como ovelha extraviada, dracma perdida, filho fugido (Lc 15) que entrega nas mãos do Pai e se deixa encontrar qual tesouro no campo ou pérola preciosa. Vai vende tudo, renuncia sua vida e recebe um novo ser. É sair de si mesmo, distanciar-se daquilo que até agora era segurança, o bem estar, o poder, o consumo e, ao mesmo tempo, é entrega total e incondicional a Cristo.

3. As várias Vocações -

3.1 Vocação leiga
(A identidade de vocação laical na Igreja)

O carisma da vocação laical ocupa um lugar central na Igreja, define a Igreja para o mundo. Outra vocações não têm essa centralidade. Através desse carisma a Igreja se faz presente no mundo.

O mundo e não a Igreja é a meta dos caminhos de Deus. A Igreja precisa se abrir para o mundo, por isso precisa de leigos. O leigo tem carisma e função para libertar a secularidade do mundo, mediante o anúncio de Jesus Cristo. Fazer com que o mundo tenha autonomia. O leigo tem a missão de fazer com que o mundo entre em comunhão com o mistério que a Igreja representa (Reino de Deus).

A vocação laical tem sua origem nos sacramentos do batismo e da crisma. Ela ocupa um lugar central na Igreja, define a igreja para o mundo. O fiel cristão leigo tem o papel de libertar o mundo da secularidade, dos falsos ídolos e de todas as prisões que oprimem e destroem a pessoa humana. Vivendo no mundo como solteiro, casado ou consagrado (de maneira individual ou
num instinto secular), os leigos são fermento na massa, sal e luz do mundo.

Na vocação laical temos o estado de vida matrimonial. Chamados a ser pai, a ser mãe, a gerar vida, a constituir família. A família é chamada a constituir a Igreja doméstica. É a expressão visível do amor de Cristo pela sua igreja, sacramento de Cristo. É na família que é possível expressar as mais variadas formas de amor.

Amor conjugal: é na entrega mútua, no relacionamento fecundo e construtivo que esposa e esposo desenvolvem sua potencialidade e se realizam plenamente como pessoa.

Amor paternal e maternal: agradecidos a Deus pela continuidade do seu amor que se encarna no dom dos filhos, os pais retribuem esta dádiva amando, protegendo e educando seus filhos para se integrarem na comunidade e na sociedade.

Amor filial: é como se fosse uma ação de graças, isto é, devolver aos pais a graça da vida que um dia lhe deram. Os filhos desenvolvem um amor aos pais como gratidão por tudo que lhes concederam.

Amor fraternal: é o amor entre os irmãos e a experiência do amor oblativo e caritativo, sair do seu convívio familiar, perceber que há um círculo maior de pessoas e começar a compreender que somos todos irmãos. É aí que se desenvolve a sensibilidade aos problemas do mundo.

Além de constituir família, a grande missão da maioria dos leigos, sabemos que eles têm um importante papel na transformação da sociedade. Vejamos algumas de suas principais características: estar inserido no meios da sociedade como fermento na massa, sal que dá sabor e luz que ilumina os difíceis caminhos.

Colocar em prática as possibilidades cristãs escondidas no meio do mundo. Valorizar os sinais do reino presentes de maneira latente no meio da sociedade e – combater as tantas forças do anti-reino, ou seja, forças que promovem a injustiça e a morte.

Ser sinais visíveis de Jesus Cristo na família, no trabalho, na política, na economia, na educação, na saúde pública, nos Meios de Comunicação Social, nos órgãos públicos, nos esportes, no serviço liberal e em tantos outros espaços no meio da sociedade.

Praticar a sua fé e seu amor a Deus em todos os lugares e em quaisquer necessidades.

Participar com fidelidade e criatividade na construção de um mundo novo.

Os cristãos leigos vivem o Evangelho que lêem, que rezam e que celebram, não apenas entre paredes de uma igreja, mas em todos os lugares. São aqueles que fazem do seu trabalho a liturgia diária e prolongam a Missa Dominical em todos os dias da semana.

s textos com calma, um de cada vez, procurando trazê-los para a sua vida.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A vocação religiosa nasce de um encontro, de uma experiência onde a pessoa sente profundamente o amor de Deus em sua vida. Esse encontro se dá de forma tão intensa que a pessoa passa a desejar uma vida de inteira dedicação a Deus. E deseja fazer com que outras pessoas vivam a mesma experiência, que leva a uma vida onde, de forma concreta, o amor divino é compartilhado com todos.
 
A vida consagrada é o nome que a Igreja Católica dá ao modo de viver das pessoas que deixaram as suas vidas profissionais e familiares e seu próprio futuro no mundo para dedicar-se inteiramente a Deus, no serviço à Igreja, na evangelização, intercessão e promoção da dignidade humana. Esse serviço se dá através de um jeito próprio, ou seja, de acordo com o carisma de cada congregação ou entidade religiosa e de cada membro da mesma, como um modo próprio de ser e agir.
 
É preciso salientar que, para uma adequada vivência dessa vocação, é necessária certa maturidade psicoafetiva, que permite à pessoa uma liberdade interior, tornando-a capaz de um amor propriamente “humano”, que assume e integra em nível espiritual o amor biológico e o psíquico.  A pessoa madura afetivamente traz consigo algumas características, como tolerância à frustração, controle da ansiedade e insegurança, adaptabilidade, flexibilidade, capacidade de esperar, capacidade de sublimação, capacidade de dar e receber, aceitação dos próprios limites e fraquezas.
 
Evidentemente, não se espera uma maturidade plena, mas minimamente necessária, para que, a partir dela, o indivíduo possa crescer numa vida de doação a Deus e aos irmãos.
 
A pessoa que se sente chamada a uma vida religiosa precisa ter coragem de se questionar e perguntar ao próprio coração o que é deseja. Precisa olhar para dentro de si mesma e ver o que sente ao imaginar-se numa vida consagrada, para que possa verificar se se trata de uma vocação a uma vida de inteira dedicação, ou de um chamado a assumir sua religiosidade com mais intensidade.
 
A partir dessas reflexões, é necessário que a pessoa procure conhecer instituições, comunidades, congregações com as quais se identifique e dê início a um processo de discernimento vocacional, com um acompanhamento espiritual adequado. O discernimento vocacional precisa ser feito com tranquilidade, sem pressa, pois se trata de uma decisão para toda uma vida.
 
Como pessoa consagrada que sou, posso dizer para aqueles que se sentem inquietos que não tenham medo e ouçam no seu coração a voz que chama. Não tenham medo de se questionar, de procurar ajuda e acompanhamento espiritual adequado. Não tenham medo de deixar tudo, se este for a vocação, para uma vida de inteira doação e dedicação ao próximo. Posso dizer, com a minha humilde experiência, que Vicktor Frankl tinha razão ao dizer que o ser humano tem na sua essência a autotranscendência e que somente por meio dela encontra realização e felicidade.www.mscs.org.br e-mail: vocacoesmscs@uol.com.br

sexta-feira, 8 de junho de 2012

PARA QUE” DEUS ME CHAMA” ?
É uma pergunta que sempre deveria mexer conosco. Não existe ninguém sem vocação, pois Deus nos criou para sermos felizes. E uma pessoa, realmente feliz, é aquela que acertou com sua vocação. De fato, é inegável: VOCAÇÃO ACERTADA, FUTRUO FELIZ!

Ademais, uma pessoa só é infeliz, desajustada, vencida na vida, quando está fora de sua vocação, a que Deus chama, não acerta com nada na vida. Por esta razão, pode-se afirmar, com certeza, que quem pifa na vocação, pifa na vida.

Gente que pegou o bonde vocacional errado,mais cedo ou mais tarde, vai dar com os burros n’água. Por isso, quer ser feliz? Procure descobrir sua verdadeira vocação. Eis o grande segredo e a chave da felicidade.

Apresentamos os quatro caminhos ou as quatro vocações específicas a que Deus chama o homem e a mulher; a matrimonial, sacerdotal, a religiosa e a de solteira(a).

Na nossa caminhada na vida, um belo dia, chegamos a um encruzilhada com estes quatro caminhos que se abrem em nossa frente. Aí surgem as interrogações: Qual deles Deus indica para mim?...

E qual me sinto chamado a seguir?...

Meu caro jovem e minha bela jovem, vocês são as esperanças fagueiras do mundo e da Igreja. Lembrem-se de que toda vocação é uma maneira bonita e privilegiada de evangelizar e anunciar o Reino de Deus. Pela vocação, abraçada com determinação e amor, doamos nossa vida a Deus para isto e para nossa realização pessoal e plena felicidade.

E você? Já está pensando no caminho que pretende seguir ou no que aspira a fazer na vida? Enquanto isso, vá vivendo, cantando a alegria.

“Vocação é... arriscar-se nas mãos de Deus
COMO COMEÇAR

1.Conscientização e motivação – Antes de tudo, deve- se criar uma cultura vocacional na comunidade, celebrando, organizando cursos e encontros formativos sobre o sentido da vocação na Igreja e no mundo de hoje.

2.Escolha dos membros da EAVP- O ideal é ter pessoas que participam de diferentes pastorais, grupos ou movimentos na paróquia e que dão testemunho de vida e diferentes vocações. E que estas pessoas trabalhem para incentivar uma cultura vocacional.

3. Organização interna

- Coordenador ( a) – Vice- coordenador(a)

- Secretário (a) – Tesoureiro (a)

Uma reunião inicial para as atividades a curto médio e longo prazo é de suma importância.

- Reuniões mensais avaliam e fazem a previsão das atividades, reservando tempo específico para orações, estudo e capacitação vocacional dos próprios membros da equipe.

-Uma reunião no final do ano faz a revisão anual, revê a coordenação e planeja o ano seguinte.
VOCAÇÃO LEIGA

É a vocação dos leigos. A função ou funcionalidade da vocação laical está ligada e relacionada com coisas do mundo, com as coisas temporais, com as coisas da terra, com as coisas que passam.

O Concílio Vaticano II exprime esta função própria da vocação laical com as palavras

“ Índole Secular” “ Índole’, que significa: marca, característica, distintivo. “ Secular”, que significa: aquilo que é deste mundo, aquilo que pertence ao mundo das criaturas terrenas, aquilo que é temporal, passageiro, que não é eterno.

São vocações leigas: Solteiros, casais e institutos seculares.
Em que consiste, concretamente, esta “promoção e incentivo das vocações”?

Consiste em três vivências, ou na vivência em família de três virtudes. São elas a fé, a

caridade e a piedade.

1) A fé, a partir da qual a família vive na sensibilidade cristã, pondo deus acima de

tudo, no qual confia plenamente, sabendo que dele depende em tudo e que Deus é

o nosso próprio destino final na eternidade.

2) A caridade, a partir da qual se vive o maior mandamento, que é amar a Deus

acima de tudo e ao próximo como a si mesmo. “Nisto conhecerão os meus

discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).

3) A piedade, a partir da qual a família reza como família, participa normalmente dos

sacramentos, sobretudo da missa dominical, e da vida eclesial, ao longo do ano

litúrgico.

Segundo o Concílio, levar as famílias a viver as três virtudes da fé, da caridade e da piedade

é prepará-las da melhor forma possível para que deus deposite nelas as sementes mais

ricas e abundantes de vocações sacerdotais e vocações à vida consagrada.

Pois onde o terreno é prometedor, aí o semeador tem gosto de lançar as sementes mais

preciosas e abundantes.
2. Apoio dos pais aos filhos na escolha da vocaçãoO mesmo Concílio Vaticano II, no documento sobre “A Igreja no mundo contemporâneo”,Gaudium et Spes
, fala do apoio que os pais devem dar aos filhos para que estes assumam

com responsabilidade sua vocação.

Os filhos sejam educados de tal maneira que, ao atingir a idade adulta, possam seguir, com

pleno senso de responsabilidade, sua vocação, inclusive a religiosa.

O Concílio diz que os pais devem ir educando os filhos ao longo dos anos de seu

crescimento, de modo que eles cheguem a uma responsabilidade plena tal que sejam

capazes de seguir uma vocação que é própria deles, dos, filhos, isto é, possam seguir a

vocação a que Deus os chamou, até mesmo a vocação religiosa.

O Concílio não explicita o conteúdo da expressão “vocação religiosa”. Mas não será

exorbitar se nele for incluída também a vocação sacerdotal.
II. Algumas balizas práticas para a integração da PV com a Pastoral Familiar

1. As Equipes Vocacionais Paroquiais
Com certeza são as EVPs o melhor instrumento de que a PV pode dispor para integrar a PV

na Pastoral Familiar.

Pois as EVPs têm por finalidade envolver a comunidade paroquial inteira no processo

vocacional.
De fato:

1) A EVP trabalha devagar, mas trabalha sempre. E aí está a força dela;

2) A EVP não se restringe a um determinado grupo dos membros da família, mas a todos.

Não se dirige só aos pais, nem só aos filhos, nem só aos jovens, nem só às crianças,

nem só aos idosos, mas se dirige a todos. Isto é, dirige-se à família inteira.
2. Os movimentos familiares:São instrumentos que podem ser muito eficientes para a PV.

Entre eles, quem não conhece o célebre Movimento Familiar Cristão (MFC)? Depois de

surgirem numerosos outros movimentos, sempre visando a santificação da família: Equipes

de Nossa Senhora, Emaús, União dos Corações, Encontro de Casais com Cristo e outros.

Todos esses movimentos, se quiserem ser inteiramente eclesiais, deverão ter sempre

presente também a preocupação com as vocações na Igreja.
3. Tarefa dos agentes da PV junto aos movimentos familiaresOs agentes de PV, sem falta, deverão estabelecer com os responsáveis pelos movimentos

familiares os mesmos relacionamentos indicados no caso da integração da PV com a

catequese:

1) Amizade com seus animadores, coordenadores ou responsáveis;

2) intercomunicação com estas mesmas pessoas;

3) visitas periódicas aos encontros desses movimentos, com uso da palavra, ainda

que breve;

4) testemunho pessoal dos próprios agentes da PV;

5) inspirar e ajudar os movimentos familiares a enriquecerem suas palestras com os

aspectos vocacionais.
Conclusão:Para concluir estas reflexões sobre o itinerário da PV com as pastorais afins, vale a

afirmação de que a PV não é uma pastoral paralela às demais pastorais. Muito menos é

uma pastoral estranha às demais pastorais. Muito menos ainda é uma pastoral intrusa

quando se apresenta a todas as pastorais da Igreja. Antes, é a pastoral que mais

plenamente pertence inteiramente a todas as pastorais. Pois sua missão é ajudar, na

medida do possível, todos e cada um dos cristãos a descobrir sua vocação pessoal, única e

intransferível, para que assim se realizem na máxima plenitude e perfeição, conforme o

plano e a vontade do próprio Deus.

domingo, 3 de junho de 2012

Oração Vocacional
Senhor da Messe e Pastor do rebanho,
faze ressoar em nossos ouvidos teu forte
e suave convite: "Vem e Segue-me"!
Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele
nos dê sabedoria para ver o caminho e
generosidade para seguir tua voz.
Senhor, que a Messe não se perca por falta
de operários. Desperta nossas comunidades
para a Missão. Ensina nossa vida a ser
serviço. Fortalece os que desejam dedicar-se
ao Reino na diversidade dos
ministérios e carismas.
Senhor, que o Rebanho não pereça por falta de
Pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos,
padres, diáconos, religiosos, religiosas e
ministros leigos e leigas. Dá perseverança a
todos os vocacionados. Desperta o coração
de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja.

Senhor da Messe e Pastor do Rebanho,
chama-nos para o serviço de teu povo.
Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores
do Evangelho, ajuda-nos a responder SIM. Amém

www.mscs.org.br  e-mail vocacoesmscs@uol.com.br
Como já tivemos oportunidade de refletir nos pontos anteriores, a catequese tem o seu ambiente vital na comunidade cristã e, portanto, a catequese dos adultos, que formam a base das comunidades cristãs e orientam a vida social, cultural e familiar, é a referência, o eixo ou princípio organizador em volta da qual se estrutura a catequese das diferentes idades, concretamente a da infância e adolescência (Cf OCA 6).

No despertar da vocação e no discernimento vocacional, as etapas de catequese da infância, adolescência e juventude, sobretudo as últimas duas são as mais adequadas.

Entendida a vocação como chamamento à vida que, para nós cristãos se realiza através do Batismo, integrando-nos no projeto de Jesus que nos chama a ser seus seguidores e se desenvolve através dos outros sacramentos, em ministérios diversos, ao serviço da igreja e da sociedade, a catequese da adolescência que gira, precisamente, à volta de dois pólos: o sentido da vida e o compromisso cristão, pode e deve ser um grande meio para despertar e orientar a dimensão vocacional do batizado.



2.1.De acordo com o Documento da CEP (OCA 6), a 3ª etapa do itinerário da catequese da infância e adolescência está centrada no sentido da vida. Assim, o catecismo do 7º ano «Projeto +» e do 8º ano «Somos +», tendo em conta as características próprias desta fase etária: mudanças físicas, psicológicas e afectivas, valorização da vida em grupo, procura de valores, visam ajudar o pré-adolescente (12 a 14 anos) na busca de sentido para a vida, na descoberta do sentido cristão da vida, acolhendo o projeto de Jesus, de modo a integrá-lo progressivamente no projeto individual e de grupo, renovando o sim a Jesus Cristo como atitude iluminadora da sua existência.

As catequeses do 7º ano ajudam à descoberta da identidade pessoal, adquirindo particular importância a descoberta do sentido cristão da corporeidade e a definição de um projeto de vida feliz, baseado na interiorização dos valores que Jesus nos propõe

As catequeses do 8º ano estão mais voltadas para a dimensão relacional e comunitária de todo o ser humano e em particular do pré-adolescente. Viver a alegria e a esperança em comunidade, em Igreja, como adesão ao projeto de Jesus. Comprometer-se a ser sal e luz na sociedade em que vivemos .

Para cada um destes anos está prevista uma celebração festiva. No 7º ano, a «Festa das Bem-aventuranças», que é uma síntese do projeto de Jesus e no 8º ano a «Festa da Vida», com a entrega da cruz, o sinal da doação da vida de Jesus por amor, para nos dar a vida.

Em muitas das catequeses do 7º e do 8º anos são apresentadas testemunhas de opções vocacionais ao serviço da Igreja e da sociedade e que, nesta fase etária são importantes como modelos de vida a imitar. Cito como exemplos: Madre Teresa de Calcutá, João Paulo II, S. Francisco de Assis, Padre Américo, Ginetta Calliari, Irmã Clara, Santa Isabel de Portugal, P. Damião, D. Helder Câmara, etc.



2.2. A quarta etapa de catequese está centrada no compromisso cristão. Assim, o catecismo do 9º ano «O desafio de Viver» e o catecismo do 10º ano «A Alegria de Crer», tendo em conta as características próprias desta fase etária: estruturação da personalidade, necessidade de assumir pessoalmente a fé, preocupação com o futuro, definição de opções-vocação, idealismo e generosidade, procura da verdade, pretendem preparar o adolescente (14 a 16 anos), para assumir o compromisso cristão, entendendo este como o compromisso na transformação das realidades sociais, o compromisso eclesial e o compromisso missionário.

As catequeses do 9º ano, centram-se na apresentação da fé que se vive, por dois motivos: para se chegar a um compromisso cristão, é necessário uma interpretação cristã da vida e porque esta é uma etapa de crescimento marcada pela construção da identidade e pelo discernimento vocacional, que exige este género de conteúdos.

As catequeses do 10º ano, centram-se na fé que se professa, se celebra e se reza. Trata-se de aprofundar o Credo e de descobrir a celebração dos Sacramentos como encontros vitais com o Senhor ressuscitado, agrupando-os em Sacramentos de iniciação, Sacramentos de cura e Sacramentos de serviço. Realçam-se estes últimos que marcam duas vocações fundamentais na Igreja: a Ordem e o Matrimónio.

As duas festas previstas para esta fase: a Festa do Compromisso, no 9º ano e a do Envio (Crisma) no 10º ano, celebram o que foi interiorizado ao longo do itinerário catequético de cada ano e aprofundam o grande objectivo da última fase da catequese da infância e adolescência: o compromisso com Deus (na oração), com a vida (por uma opção vocacional), com a comunidade cristã (nos diversos ministérios e serviços) e com o mundo (no compromisso pela justiça e na solidariedade com os mais necessitados).

Em síntese, a catequese da terceira e quarta etapas, procura ajudar os adolescentes, que estão na idade de fazer opções a compreender que a opção por Jesus Cristo é a mais bela que poderão fazer e que deixará marcas positivas para uma vida inteira. Pois é Jesus Cristo que dá verdadeiro sentido à vida pessoal de cada um, na realização dos diversos caminhos, ou opções vocacionais ao serviço da igreja e do mundo .

Este itinerário catequético bem realizado pode e deve ser uma óptima oportunidade para levar o pré-adolescente a despertar para a vocação como um chamamento de Deus a viver a vida com sentido, descobrindo no projeto de Jesus, que assumiu pelo batismo, na vivência dos valores que Ele propõe, a base para a realização dos diversos caminhos vocacionais a que o Senhor o chama com absoluta liberdade e ao qual deve responder numa atitude de fé e confiança, pois Ele continua a iluminar com a Sua Palavra e a animar com o dom do Seu Espírito.

No entanto, todos nós experimentamos como é difícil realizar a tarefa da educação da fé em todas as dimensões da vida cristã, concretamente a vocacional. Por isso, fazer catequese é um permanente desafio à nossa própria fé, à esperança e à criatividade pastoral. Tal como afirma o DGC, referindo-se a estas duas etapas, à catequese dos pré-adolescentes e adolescentes e jovens, a «crise espiritual e cultural que oprimem o mundo faz as suas primeiras vítimas nas gerações mais jovens. Mas também é verdade que o empenhamento em favor de uma sociedade melhor encontra neles as suas melhores esperanças» (DGC 181). Se, por um lado, a Igreja vê os jovens como «esperança», pois é «forte e impetuoso, em muitos jovens, o impulso para a procura de sentido, para a solidariedade, para o empenhamento social, para uma experiência religiosa pessoal, (…) por outro lado, vê o mundo da juventude como o mundo do desencanto, do tédio e até mesmo da angústia e da marginalização. O distanciamento da Igreja, ou pelo menos, uma atitude de desconfiança em relação a ela, é em muitos jovens um comportamento de fundo» (DGC 182).

No ministério de catequistas não podemos deixar de ter tudo isto em conta. Como afirma o DGC, este «serviço deve compreender antes de mais, as luzes e as sombras da condição juvenil, tal como existem, concretamente, nas diversas regiões e ambientes da vida. (…) O coração da catequese será sempre a proposta explícita de Cristo ao jovem do Evangelho, proposta dirigida a todos os jovens com a preocupação de compreender os seus problemas, de lhes revelar a sua singular riqueza e ao mesmo tempo compromete-los num projeto de crescimento pessoal e comunitário de um valor fundamental para os destinos da sociedade e da Igreja. Por isso, os jovens não devem ser apenas considerados como objeto da catequese, mas como sujeitos ativos, protagonistas da evangelização e artífices da renovação social» (DGC 183)





  1. 3. O Catequista é agente e destinatário da vocação



- Uma catequese bem realizada é sempre vocacional, na medida em que favorece o encontro com Deus e gera diálogo que implica respostas pessoais, isto é, ao apresentar uma proposta ou interpelação, a partir da Palavra de Deus, provoca-se uma confrontação que suscita uma resposta.

A catequese deve pois, guiar os crentes, particularmente os jovens, na escola da Palavra de Deus, preparando-os para acolher a própria vocação, como resposta ao chamamento de Deus. De um conjunto de «sim» dado hoje e amanhã em caminhada de fé, pode surgir uma vocação de especial consagração tanto na pessoa do catequista, como do catequizando.



- Muitas das catequeses das duas etapas antes mencionadas têm um cunho vocacional e oferecem oportunidade de nos colocarmos a nós e aos nossos catequizandos em dinamismo vocacional. Se qualquer vocação é dom, é graça de Deus, ela é também resultado da ação humana, que responde pessoalmente, ou é mediação da proposta que Deus quer dirigir a outros.

Neste sentido, o catequista deve ser o amigo que faz caminho com os destinatários da catequese para os ajudarem a discernir a vocação a que Deus os chama. É necessário acompanhar e deixar-se acompanhar, mediante um diálogo pessoal, de modo a ir-se lendo os sinais através dos quais Deus se está a manifestar. O catequista é este grande agente de discernimento vocacional. Quantas vocações começam a germinar nos primeiros anos de catequese, que se vão estruturando e se especificam na adolescência e juventude?!



- Por vezes, não basta propor a vocação, é preciso ter a ousadia de chamar pessoalmente e de colocar, com alegria e entusiasmo, a questão de uma vocação específica, àqueles que estão em estado de opção e, nesse sentido os catequistas são mediadores para que o chamamento de Deus, hoje se faça ouvir.



- O futuro das vocações está nas mãos de Deus, mas de certo modo está também nas mãos de cada um de nós. É urgente que assumamos a condição de mediadores de Deus, que hoje como ontem continua a segredar: «Vem e segue-Me» (Mc 10, 21). Como afirmava o Papa João Paulo II na Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis: «A Igreja é chamada a proteger este dom (as vocações), a estimá-lo e a amá-lo: ela é responsável pelo nascimento e pela maturação das vocações sacerdotais» (PDV 41).



E termino com as palavras do Papa Bento XVI, na sua mensagem para este 48º Dia Mundial pelas Vocações, com o tema: «Propor as vocações na igreja local»:

«É preciso que cada Igreja local se torne cada vez mais sensível e atenta à pastoral vocacional, educando a nível familiar, paroquial e associativo, sobretudo os adolescentes e jovens – como Jesus fez com os discípulos – para maturarem uma amizade genuína e afetuosa com o Senhor, cultivada na oração pessoal e litúrgica; para aprenderem a escuta atenta e frutuosa da Palavra de Deus, através de uma familiaridade crescente com as Escrituras. (…) Convictos da sua missão educativa, os catequistas e os animadores das associações católicas e dos movimentos eclesiais de tal forma procurem cultivar o espírito dos adolescentes a si confiados que eles possam sentir e seguir de bom grado a vocação divina».



Um dia para a vida religiosa. No terceiro domingo do mês vocacional celebramos a vocação religiosa. Quando nos referimos à vida religiosa temos presente os homens e mulheres que vivendo em comunidade, buscam a perfeição pessoal e assumem a missão própria do seu Instituto, Ordem ou Congregação. Na solenidade da Assunção de Maria ao céu, a Igreja lembra que a Mãe de Jesus é modelo para todos os cristãos, e, de forma particular, dos que se consagram a Deus pelos conselhos evangélicos: pobreza, castidade e obediência. Hoje existem diferentes formas de vida consagrada, desde os que testemunham a fé em comunidades, apostólicas, contemplativas e monásticas, até os que, pessoalmente, se inserem nas realidades profissionais e evangelizadoras, e aí vivem sua consagração e missão. Recordamos aqui os inúmeros Institutos Seculares. Na Igreja do Brasil lembramos dos consagrados e consagradas no terceiro domingo de agosto. O Papa João Paulo II instituiu uma data especial para a vida consagrada, dia 2 de fevereiro, festa da Apresentação do Senhor.
A vocação à vida consagrada. O fundamento evangélico da vida consagrada está na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os a colocarem sua existência ao serviço do Reino, deixando tudo e imitando mais de perto a sua forma de vida. A origem da vida consagrada está, pois, no seguimento de Jesus Cristo a partir da profissão pública dos conselhos evangélicos. A referência vital e apostólica são os carismas de fundação. Sua função consiste em dar testemunho de santidade e do radicalismo das bem-aventuranças. Exige-se dos consagrados total disponibilidade e testemunho de vida, levando a todos o valor da vocação cristã. São sinais visíveis do absoluto de Deus através do sinal de Jesus Cristo histórico pobre, casto e obediente.
A missão da vida consagrada. A vida consagrada, em suas diversas formas, tanto apostólica como contemplativa e monástica, é evangelizadora pela sua própria existência. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil dizem que a vida consagrada evangeliza na medida em que “vive radicalmente a experiência cristã e testemunha a entrega total no seguimento de Cristo”. Não só, o melhor serviço está na “força pastoral que lhe vem, sobretudo do fato de ser expressão do seguimento de Cristo no meio do Povo de Deus que é sinal de esperança para ele”. A presença dos consagrados e consagradas em nossas comunidades é significativa e imprescindível, pelo que são e pelos serviços que prestam nos diferentes campos pastorais. Os religiosos e religiosas encontraram novas maneiras de viver em comunidades inseridas e de animar as comunidades eclesiais e as pastorais específicas. Ou seja, em tudo a vida consagrada tem aprofundado sua consagração a Deus na vivência dos conselhos evangélicos em vista da construção do Reino.


Vamos rezar pelos religiosos e religiosas, pelos consagrados e consagrados, para que sejam entre nós sinais vivos e confiáveis do amor de Deus e de seu Reino. Com eles vamos formar a grande comunidade, que é a Igreja, em sua missão de evangelização. www.mscs.org.br


Antes de qualquer reflexão, é necessário que saibamos o que significa a palavra vocação. A palavra vocação vem do latim vocare que significa chamado. Todos nós somos chamados, de uma forma ou de outra à fazer algo, à alguma coisa. Antigamente este termo significava qualquer espécie de aptidão. Por exemplo: aptidão para medicina, música, artes, etc.. Depois ele foi adquirindo um significado religioso passando a designar o chamado de Deus.
Vocação sempre indica um chamado. E quem chama sempre deseja alguma resposta da pessoa a quem chama.
Deus não age de forma diferente. Só que, ao chamar, Deus, antes de pedir Ele dá. Deus chamando o homem lhe dá a vida, a existência, e com a vida, dá-lhe também a liberdade.
Depois de ter chamado o homem para a vida, Deus torna a chamá-lo, porque há muitas coisas que Deus deseja fazer no mundo através do homem. Deus não quer mais agir sozinho. Por isso, quando Deus chama, Ele chama para pedir alguma coisa, confiar alguma missão. O chamado de Deus é sempre um desafio:
1. Ao sermos chamados à vida, nos comprometemos a cumprir uma determinada missão que todos os outros possam viver bem.
2. Ao sermos chamados à fé, pelo batismo, nos comprometemos a seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e a colaborar com os homens na busca da verdade e do bem vivendo como irmãos.
3. Ao sermos chamados a qualquer estado de vida (sacerdotal, religiosa, matrimonial) assumimos um compromisso específico com a comunidade humana, de ajudá-la a encontrar a felicidade.
Para que isso aconteça é indispensável que cada um faça desabrochar e fortificar a vocação que está em seu interior (Mt 25,14-30).
As capacidades e dons que temos devem estar voltados para as necessidades dos outros. Quanto mais o homem está voltado para o outro, mais realizado e feliz será. O verdadeiro amor é o que busca a felicidade do outro e não a própria.
Podemos dizer que, vocação é a oferta divina que exige uma resposta e um compromisso com Deus. Nesta definição percebemos três aspectos:
1. oferta (chamado) de Deus;
2. resposta do homem;
3. compromisso com Deus e com o irmão
A resposta do homem deve ser constantemente reassumida. É no dia-a-dia que se deve ir fazendo caminho e assumindo os riscos do nosso SIM.
Vocação é descoberta do próprio ser pessoal. Todo homem é chamado a aperfeiçoar a bondade que existe, em germe, em seu interior, a descobrir a sua vocação, a construir um mundo fraterno onde haja sol para todos, vida para todos.
A vida não é feita só de momentos claros, nos quais se percebe perfeitamente a vontade de Deus. Muitas vezes é necessário seguir por caminhos escuros e até incomuns. Muitos devem lutar duramente para seguir sua vocação. "A Palavra de Deus não dispensa ninguém de pensar, de tatear, de buscar, de tomar decisões".
Vocação é convite pessoal que Deus dirige a cada um. Cada ser humano tem algo de pessoal, e uma maneira pessoal de realizá-lo. Ao descobrir sua vocação, o homem está se descobrindo a si mesmo. Daí a necessidade de permanecer atento a tudo, para perceber sua própria vocação.
Seguir uma vocação é buscar incansavelmente uma resposta aos próprios anseios.
Todo homem é chamado a decidir-se, a assumir os valores descobertos em si e não poupar esforços para alcançar os objetivos propostos.e-mail: vocacoesmscs@uol.com.br
A catequese para adultos consiste em trazer o indivíduo para a realidade da Igreja Católica, fazendo-o conhecer para assim, amar, compreender e participar de todo ritual da celebração da Santa Missa e participação comunitária ativa nos ministérios e pastorais da Santa Igreja.
  • Não existe idade limite para o ingresso na catequese, ou seja, o jovem ou o adulto em qualquer fase da vida, está convidado a fazer parte da catequese.
  • Não existem condições, sendo uma catequese aberta, qualquer pessoa que se sinta chamada a conhecer, pode participar, para o maior conhecimento da vida em Cristo.
  • Não existe data limite para a incrição, ou seja, durante todo o ano, aceitamos inscrições
  • Nosso horário é de 8:20 às 10h, todos os domingos.
Objetivos e Abrangência
" Os seres humanos libertos do poder das trevas, graças aos sacramentos da iniciação cristã, mortos com Cristo, com Ele, sepultados e ressucitados, recebem o Espírito de filhos adotivos, ecelebram com todo o povo de Deus o memorial da morte e ressurreição do senhor.
O Batismo as incorpora a Cristo, tornando-os membros do povo de deus; perdoa-lhes todos os pecados e os faz passar, livres do poder das trevas, à condição de folhos adotivos, transformando-os em umanova criatura pela agua e pelo Espérito Santo; por isso são chamados Filhos de Deus, e realmente o são. Assinalados na Crisma pela doação do Espírito, são configurados ao Senhor e cheios do Espírito Santo, a dim de levatem ao Corpo de Cristo quanto antes à plenitude.
Finalmente, participando do sacrifício Eucarístico comem a carne e bebem do sangue do Filho do Homem, e assim recebem a vida eterna e exprimem a unidade do povo de Deus, oferecendo-se com Cristo, tomam parte do sacrifício universal, no qual toda a comunidade redimida, é oferecida a Deus pelo Sumo Sacerdote; e ainda suplicam que pela abundância e fusão do Espírito Santo, possa todo gênero humano atingir a unidade da família de Deus. "
Texto extraído do RICA ( Ritual de Iniciação Cristão de Adultos)
" A catequese empenha-se em despertar e alimentar nos fiéis a fé , na grandeza incomparável no Deus que Cristo, ressuscitado concedeu a sua Igreja.
O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem foi criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem si e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar"
Texto extraído do CIC ( Catecismo da Igreja Católica)
Finalização
Venha partilhar da alegria de fazer parte da família de Cristo, diga sim a Deus e empenhe-se em conhecê-lo
Podemos imaginar o começo da Igreja. Os apóstolos estavam certamente reunidos com Nossa Senhora, depois da morte e da ressurreição do Senhor, e eles se perguntavam se aquele era o começo do Reino de Deus.

Naquele momento, o que eles pensavam sobre o Reino de Deus era uma concepção nova acerca do mundo, uma concepção nova sobre a vida cristã.

E o Senhor alerta: "Não cabe a vocês saber quando começa e quando termina esse Reino, mas vocês têm a missão de proclamar em todos os lugares da Terra que o Reino de Deus está implantado, que ele começou".

E eu imagino que agora, dois mil anos depois, cada um de nós pode perguntar: "É agora, Senhor, que tu vais implantar o Reino dos céus?". E o Senhor responde mais uma vez que não cabe a nós conhecer quando começa e quando acaba esse Reino. Mas nós também recebemos a missão de proclamar até os confins da terra que o Reino dos céus chegou. E lembremos o que o Senhor nos diz: "Eu estarei convosco até o fim dos tempos".

Irmãos e irmãs, é essa a missão que o Senhor dá a cada um de nós hoje. Ainda hoje o Senhor conta com cada um que está aqui e o envia como missionário para anunciar o Reino de Deus. Essa é uma grande responsabilidade que o Senhor coloca nas nossas mãos.

O que significa ser missionário para o Reino de Deus? Antes de qualquer coisa, é ter o coração cheio de amor a Deus e aos irmãos. Aquele que não se enche dessa graça dada pelo amor de Deus não tem como pregar o Reino para os seus irmãos e irmãs. Ser missionário significa dar-se totalmente pelo Reino de Deus. Ser missionário significa também desprender-se de tudo e de todos, de todas as seguranças e viver somente para o Reino e para o seu anúncio.

Alguns de nós tiveram a graça de ir em missão para outro país, outros receberam a graça de ir para outra cidade, mas a maioria de nós é chamado a ser missionário de uma maneira diferente, na própria cidade. É possível ser missionário no próprio país, na própria cidade, na própria família. Eu posso até desejar pregar o Reino de Deus muito longe, mas se esse amor apostólico não existe na minha vida cotidiana, com a minha família, se ele não queima em meu coração para evangelizar a minha família, será muito difícil que ele queime para que eu vá anunciar o Reino de Deus fora.

É necessário que a cada dia eu me alimente de Cristo e dele viva, para que, também a cada dia, eu possa anunciá-lo ao outro. Toda missão verdadeira começa dentro de mim mesmo, do meu relacionamento com Deus, do meu amor com Deus, da minha intimidade com Ele. É por isso que Santo Agostinho diz: "Senhor, eu te procurei tão longe e não te encontrei, vim te encontrar aqui mesmo, dentro de mim".

Meus irmãos e irmãs, essa preparação interior é indispensável, porque se eu não encontrei Deus em mim mesmo, se não tenho a riqueza de Deus no meu coração, não terei nada para dar aos outros. Essa profundidade interior, essa vida espiritual profunda é um dom do Espírito Santo, é uma graça que nós devemos pedir para que possamos ir anunciar o Evangelho aos nossos irmãos. E é por isso que João Paulo II repete inúmeras vezes que a qualidade da fé do terceiro milênio depende da fé e da santidade daqueles que anunciam, que são apóstolos.

Para que seja possível a santidade no terceiro milênio, o Santo Padre conta com a santidade daqueles que anunciam a Palavra de Deus. Porque, somente tendo anunciadores santos, teremos um tempo novo de santidade.

Então, quando nós caminharmos nessa santidade e anunciarmos a Palavra de Deus nesse espírito de santidade, poderemos entrar no terceiro milênio dizendo: "Nós fizemos somente aquilo que é a vontade de Deus".

Na missão, não podemos esperar nada de Deus. Jamais poderemos dizer: "Olha, Senhor, o que eu fiz por ti; agora me dá o retorno". Ser missionário é trabalhar sem esperar retorno, como o servo inútil que se colocou a serviço do senhor sem esperar recompensa.

Então, vocês sabem que nós somos apóstolos da Palavra de Deus e podemos anunciá-la na nossa cidade, na nossa família, mas podemos também ser enviados para anunciá-la fora, se assim o Senhor o desejar.

E que este Senhor, que hoje nos envia, sempre nos acompanhe. Se nós tivermos a consciência de que o Senhor nos acompanha, a nossa missão não será bloqueada por nenhuma dificuldade. Com a graça e a ajuda do Santo Espírito nós poderemos, apesar das dificuldades, continuar o anúncio do Cristo. Orem, orem sempre. Porque a nossa força vem sempre da oração. E que o Senhor nos abençoe e nos dê a força de anunciar o seu Filho, que é o mesmo ontem, hoje, amanhã e pelos séculos dos séculos.

Quando vocês se reunirem, lembrem-se de fazer uma pequena oração também pela África, porque o Deus que nos criou quer que todos sejamos um só em seu Filho. E lá onde está o Filho, que é imagem de Deus, aí também deve estar o nosso pensamento e a nossa oração.

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João Batista Scalabrini, nasceu perto de Como, Itália, em 08 de julho de 1839. A sua família era humilde, honesta e cristã. Ele desejou se tornar padre e entrou no Seminário Diocesano, no qual se distinguiu pela inteligência e perseverança. Foi ordenado sacerdote em 1863. Iniciou o apostolado como professor do Seminário e colaborador em paróquias da região. Possuía alma de missionário, mas não conseguiu realizar sua vontade de ser um deles, na Índia.

Scalabrini foi designado pároco da paróquia urbana de São Bartolomeu, em 1871. Seu ministério foi marcante e priorizou a catequese da infância e da juventude. Atento aos inúmeros problemas sociais do seu tempo, escreveu vários livros e publicou inclusive um catecismo.

Ao ser nomeado Bispo de Piacenza, ficou surpreso.Tinha trinta e seis anos e lá permaneceu quase trinta como pastor sábio, prudente e zeloso. Reorganizou os seminários, cuidando da reforma dos estudos eclesiásticos. Foi incansável na pregação, administração dos sacramentos e na formação do povo.


João Batista Scalabrini
Bem-aventurado
1839-1905
Fundou a Congregação
dos Missionários de São Carlos Borromeu

Scalabrini como excelente observador da realidade de sua época, fundou um Instituto para surdos-mudos e uma Organização Assistencial para mulheres abandonadas das zonas rurais, pertencentes a sua diocese. Mas o trabalho que mais o instigou e para o qual não media esforços foi o que desenvolveu com os migrantes. Entre os anos de 1850 a1900, eram milhões de europeus que deixaram seus lares e pátria em busca da sobrevivência. Para eles o bispo Scalabrini criou a Casa dos migrantes.
Um dia, ele estava na estação ferroviária e viu centenas de migrantes esperando, com suas trouxas, o trem que os levaria ao porto de embarque. A situação de pobreza e abandono destes irmãos infelizes marcaram para sempre seu coração. Em seguida, Scalabrini recebeu uma carta de um emigrante da América do Sul, suplicando que um padre fosse para aquele continente, porque, como dizia: "aqui se vive e se morre como os animais".

A partir daquele momento, Scalabrini foi o apóstolo dos italianos que abandonaram a própria pátria. Em 1887, fundou a Congregação dos Missionários de São Carlos Borromeo, conhecidos atualmente como padres scalabrinianos, para a assistência religiosa, moral e social aos emigrantes em todo o mundo e criou a Sociedade São Rafael, um movimento leigo a serviço dos migrantes. Ele próprio planejou e realizou viagens para visitar os missionários na América Latina, pois queria que estivessem estimulados e encorajados a dar a assistência religiosa e social aos emigrantes. Percebendo que sua obra não estava completa, em 1895, fundou a Congregação das Missionárias de São Carlos Borromeo, hoje das irmãs scalabrinianas, e concedeo reconhecimento diocesano às Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração, enviando-as para o trabalho com os emigrantes italianos do Brasil em 1900. Apesar de todo esse trabalho, jamais descuidou de sua diocese.

Scalabrini dizia que sua inspiração tinha origem na ilimitada fé em Jesus Cristo presente na Eucaristia e na oferta Dele na Cruz. Morreu no dia 01 de junho de 1905, na cidade de Piacenza, Itália, deixando esta mensagem aos seus filhos e filhas: "Levai onde quer que esteja um migrante o conforto da fé e o sorriso de sua pátria... Devemos sair do templo, se quisermos exercer uma ação salutar dentro do templo". O Papa João Paulo II, o beatificou com o título de "Pai dos Migrantes" em 1997.

Bem-Aventurado João Batista Scalabrini... Rogai por nós!
Vocação é o chamado de Deus que tem como finalidade a realização plena da pessoa humana.

• É um gesto grandioso de Deus que visa a plena humanização do homem.
• É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção do Reino de Deus.
• É um chamado para fazer algo, para cumprir uma missão.
• Toda pessoa é vocacionada, é eleita por Deus.
• Deus elege por causa de alguém (comunidade) e esta eleição se manifesta no nosso dia-a-dia.

A mensagem do Evangelho é um convite continuo a seguir Jesus Cristo. Vem e segue-me(Mt 9,9; Mc 8,34; Lc 18,22; Jo 8,12).
VEM – CHAMADO: é um convite pessoal dirigido por Deus a uma pessoa.
SEGUE-ME – MISSÃO: é o seguimento da prática de Jesus.

É uma iniciativa gratuita, proposta, que parte de Deus(dimensão teológica). Impulso interior de cada pessoa onde conscientemente responde ao plano de amor de Deus (dimensão antropológica).

2- Distinção

Para compreendermos em profundidade o significado da vocação, precisamos fazer a distinção entre: VOCAÇÃO FUNDAMENTAL E VOCAÇÃO ESPECÍFICA.

a) – Vocação Fundamental: Entendemos por vocação fundamental, o chamado de cada pessoa à vida, a ser Filho de Deus, a ser Cristão, a ser Igreja. A tomar consciência de que todos somos irmãos e fazemos parte do Reino de Deus.
Pela revelação sabemos que todos os homens foram chamados por Deus à santidade (Gn 1,26; 2,7; 1Pe 1, 15-16). É um chamado a desenvolvermos plenamente todas as nossas potencialidades. Todas as vocações específicas derivam desta vocação fundamental.

Pelo Batismo, todos fomos chamados a viver a Santidade.

A Pastoral Vocacional deveria ser a Pastoral da Vocação Fundamental, sob a qual é possível descobrir a Vocação Específica.

b) – Vocação Específica: Entendemos por vocação específica a maneira própria de como cada pessoa realiza a sua vocação fundamental, como leigo, sacerdote ou religioso.
Deus chama a cada um, chama pessoalmente e chama para desempenhar um papel concreto dentro da comunidade, de acordo com os seus dons – carismas. O ministério dentro da comunidade é a estruturação de um carisma: sacerdócio, catequese, liturgia, ministro da Eucaristia, animador dos jovens… “A um o Espírito dá o dom da sabedoria, a outro o da ciência, a outro o da fé, o dom das curas, das profecias, do discernimento…” (1º Cor 12,8 ss) O Espírito suscita dentro da Comunidade – Igreja os ministérios que ela necessita.
O chamado surge dentro da comunidade, em função da comunidade e exige uma resposta concreta, generosa e heróica de todo cristão. O chamado não é um chamado ao egoísmo, para o fechamento, mas para a abertura, para a doação, para servir a comunidade.

As vocações específicas, são três: LAICAL, RELIGIOSA E SACERDOTAL.

1- Vocação Leiga : “ Os leigos são aqueles homens e mulheres que agindo à luz da fé e da Palavra de Deus, movidos pela caridade, procuram infundir em todas as realidades temporais, como a família, a cultura, a economia, as artes, as profissões, as instituições políticas, o espírito evangélico”. (Pe. José Lisboa).
O leigo vive no mundo para:
• Fazer presente o Deus Criador;
• Fazer de suas estruturas um mundo mais digno;
• Promover a Paz, a Justiça, a Fraternidade.
• Como casado, solteiro ou consagrado, ser sinal de Cristo.

2- Vocação religiosa : O Religioso é chamado a testemunhar a Cristo de uma maneira, vivendo uma consagração total nos votos de pobreza, castidade e obediência.
Vivem:
• A total disponibilidade a Deus, à Igreja e aos irmãos;
• A partilha dos bens;
• O amor sem exclusividades;
• A consagração a um carisma específico: educação, saúde, missões, pobres…
• Numa comunidade fraterna.

3- Vocação Sacerdotal : O Padre é por vocação ordenado para ser sinal sacramental da presença de Cristo. Age na pessoa de Cristo-Profeta, Sacerdote e Rei.
• É sinal sacramental de Cristo que convoca e envia a Igreja;
• Sua missão é animar a fé e presidir a comunidade;
• O Padre é Pastor;
• Ele celebra a presença de Deus (Sacramentos) na caminhada da comunidade.

c) – Como Deus Chama

Na luta do dia-a-dia, na leitura da própria história é que vamos percebendo os sinais do apelo de Deus e a necessidade de uma resposta concreta. Não podemos esquecer que a vocação é também um processo, uma historio de amor e dinamismo, um relacionamento profundo com Deus.

• – Deus chama a cada um pessoalmente e pelo nome. Uma experiência interior. Como chamou Abraão (Gen 12, 1-2), Moisés(Ex 3,1ss=, Jeremias(Jer 1,1ss), Maria (Lc 1,27ss), os Apóstolos (Mt 10, 10-16).

• – Deus nos chama pelos valores que nos atraem. Cada pessoa tem dons e talentos e vai descobrindo valores que aos poucos vão orientando a sua vida. A seleção cuidadosa desses valores levam-na a fazer uma opção. Esta opção é a resposta a um chamado.

• – Deus nos chama pela comunidade, pela Igreja que precisa. Toda vocação está em função do reino, portanto, Deus se serve de uma comunidade carente, para nos mostrar uma vocação.

• – Deus nos chama pelo irmão que sofre. É vendo o sofrimento do pobre, do marginalizado, do doente… que nos sentimos tocados para assumir uma missão.
• – Deus nos chama através de mediadores diretos, padres, religiosos(as), leigos, promotores vocacionais, que com uma palavra ou um testemunho de vida, nos ajudam num discernimento vocacional.

A vocação é um chamado à alegria. Deus em seu plano de amor respeita a liberdade humana. É necessário um coração simples orante, capaz de ouvir a proposta e aberto e generoso capaz de discernir e responder ao chamado de Deus.

Pastoral Vocacional

Pastoral Vocacional
Todo ser
humano recebe inúmeros chamados durante toda a sua vida. Alguns
chamados geram missões permanentes, isto é que duram para a
vida toda como, por exemplo, o chamado a ser pai ou mãe. Se
alguém concebe um filho será pai ou mãe dessa criança para
sempre, mesmo que rejeite essa missão; a marca desse chamado
nunca se apagará, ainda que a criança seja criada por outra
família e nunca saiba quem é o verdadeiro pai ou a verdadeira
mãe.
Outros
chamados geram missões passageiras, circunstanciais, isto é,
são chamados que dependem de determinado contexto como, por
exemplo, o chamado a ser profeta. Alguém que se sente chamado a
denunciar as injustiças e anunciar o que é justo, só assume
essa missão diante de situações de exploração, de
marginalização, de exclusão ou de preconceito; quando esse
contexto não mais existir, sua missão se cumpriu e é finita.
Dessa forma, o
mês missionário é um tempo de particular importância que
complementa a reflexão sobre vocação. Todo aquele que é
chamado terá uma missão para cumprir. O chamado não depende de
nós, depende de quem nos chama, mas a missão depende de nós,
depende da resposta que damos ao chamado.
Lembremos da
passagem bíblica que fala sobre o pai que chamou seus filhos
para que fossem trabalhar na sua vinha. O primeiro disse não ao
chamado, mas depois refletiu melhor e assumiu a missão que o pai
lhe dera. Esse disse sim ao seu chamado, pois embora a princípio
dissesse não depois cumpriu a missão que lhe fora dada pelo pai.
O segundo disse sim ao pai, mas não foi. Na realidade ele disse
não ao chamado do pai uma vez que não assumiu a sua missão. (Cf
Mt 21,28-32). Como podemos ver, o pai faz o chamado para uma
missão, as respostas são diferentes tanto nas palavras
quanto nas consequências, pois o que dissera não assumiu sua
missão enquanto o que dissera sim nada fez.
Portanto,
neste mês missionário, é necessário nos conscientizarmos e conscientizar as pessoas
da nossa comunidade sobre a importância de assumir a missão
para a qual somos chamados na vida cotidiana. Não basta dizer sim,
é preciso fazer esse sim frutificar na missão assumida. Muitas
vezes o cansaço e o desânimo podem nos fazer dizer não, mas se depois de refletirmos sobre ele, decidirmos assumir a
missão que lhe corresponde, nosso não se transformará em sim.
A resposta válida à vocação é aquela que se transforma em
frutos pela ação, pelo assumir a nossa missão.