Em que consiste, concretamente, esta “promoção e incentivo das vocações”?
Consiste em três vivências, ou na vivência em família de três virtudes. São elas a fé, a
caridade e a piedade.
1) A fé, a partir da qual a família vive na sensibilidade cristã, pondo deus acima de
tudo, no qual confia plenamente, sabendo que dele depende em tudo e que Deus é
o nosso próprio destino final na eternidade.
2) A caridade, a partir da qual se vive o maior mandamento, que é amar a Deus
acima de tudo e ao próximo como a si mesmo. “Nisto conhecerão os meus
discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).
3) A piedade, a partir da qual a família reza como família, participa normalmente dos
sacramentos, sobretudo da missa dominical, e da vida eclesial, ao longo do ano
litúrgico.
Segundo o Concílio, levar as famílias a viver as três virtudes da fé, da caridade e da piedade
é prepará-las da melhor forma possível para que deus deposite nelas as sementes mais
ricas e abundantes de vocações sacerdotais e vocações à vida consagrada.
Pois onde o terreno é prometedor, aí o semeador tem gosto de lançar as sementes mais
preciosas e abundantes.
2. Apoio dos pais aos filhos na escolha da vocaçãoO mesmo Concílio Vaticano II, no documento sobre “A Igreja no mundo contemporâneo”,Gaudium et Spes
, fala do apoio que os pais devem dar aos filhos para que estes assumam
com responsabilidade sua vocação.
Os filhos sejam educados de tal maneira que, ao atingir a idade adulta, possam seguir, com
pleno senso de responsabilidade, sua vocação, inclusive a religiosa.
O Concílio diz que os pais devem ir educando os filhos ao longo dos anos de seu
crescimento, de modo que eles cheguem a uma responsabilidade plena tal que sejam
capazes de seguir uma vocação que é própria deles, dos, filhos, isto é, possam seguir a
vocação a que Deus os chamou, até mesmo a vocação religiosa.
O Concílio não explicita o conteúdo da expressão “vocação religiosa”. Mas não será
exorbitar se nele for incluída também a vocação sacerdotal.
II. Algumas balizas práticas para a integração da PV com a Pastoral Familiar
1. As Equipes Vocacionais Paroquiais
Com certeza são as EVPs o melhor instrumento de que a PV pode dispor para integrar a PV
na Pastoral Familiar.
Pois as EVPs têm por finalidade envolver a comunidade paroquial inteira no processo
vocacional.
De fato:
1) A EVP trabalha devagar, mas trabalha sempre. E aí está a força dela;
2) A EVP não se restringe a um determinado grupo dos membros da família, mas a todos.
Não se dirige só aos pais, nem só aos filhos, nem só aos jovens, nem só às crianças,
nem só aos idosos, mas se dirige a todos. Isto é, dirige-se à família inteira.
2. Os movimentos familiares:São instrumentos que podem ser muito eficientes para a PV.
Entre eles, quem não conhece o célebre Movimento Familiar Cristão (MFC)? Depois de
surgirem numerosos outros movimentos, sempre visando a santificação da família: Equipes
de Nossa Senhora, Emaús, União dos Corações, Encontro de Casais com Cristo e outros.
Todos esses movimentos, se quiserem ser inteiramente eclesiais, deverão ter sempre
presente também a preocupação com as vocações na Igreja.
3. Tarefa dos agentes da PV junto aos movimentos familiaresOs agentes de PV, sem falta, deverão estabelecer com os responsáveis pelos movimentos
familiares os mesmos relacionamentos indicados no caso da integração da PV com a
catequese:
1) Amizade com seus animadores, coordenadores ou responsáveis;
2) intercomunicação com estas mesmas pessoas;
3) visitas periódicas aos encontros desses movimentos, com uso da palavra, ainda
que breve;
4) testemunho pessoal dos próprios agentes da PV;
5) inspirar e ajudar os movimentos familiares a enriquecerem suas palestras com os
aspectos vocacionais.
Conclusão:Para concluir estas reflexões sobre o itinerário da PV com as pastorais afins, vale a
afirmação de que a PV não é uma pastoral paralela às demais pastorais. Muito menos é
uma pastoral estranha às demais pastorais. Muito menos ainda é uma pastoral intrusa
quando se apresenta a todas as pastorais da Igreja. Antes, é a pastoral que mais
plenamente pertence inteiramente a todas as pastorais. Pois sua missão é ajudar, na
medida do possível, todos e cada um dos cristãos a descobrir sua vocação pessoal, única e
intransferível, para que assim se realizem na máxima plenitude e perfeição, conforme o
plano e a vontade do próprio Deus.
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